Goianos trocam agitação da cidade pelo sossego das chácaras no fim de semana


“Ali no trabalho, durante a semana, fico muito feliz quando vai chegando a sexta-feira e vou retornar para o meu cantinho de sossego e paz na roça”, afirma Valmor, empresário na cidade e dono de chácara na zona rural em Goiás.

É o sentimento que milhares de goianos compartilham, pegando a estrada às sextas-feiras e deixando a vida agitada da cidade durante a semana, para se refugiarem em chácaras, sítios e ranchos aos sábados, domingos e feriados, no entorno dos grandes centros urbanos.

Chácaras como refúgio e sossego no fim de semana

Tranquilidade, conexão com a natureza e lazer é o que muitos empresários e trabalhadores procuram e por isso, têm um ‘pedacinho de terra’ para chamar de seu e fugir, do trânsito, dos boletos e da vida corrida. É um estilo de vida muito comum de quem tem o campo correndo nas veias mesmo morando na cidade. E em Goiás, é comum ouvir que todo mundo tem um ‘pezinho na roça’.

O que atrai no campo é a simplicidade e a calmaria: comida caseira no fogão à lenha, sentar ao redor da mesa para bater uma prosa, se esquentar à beira de uma fogueira, andar no mato, banhar de rio, lidar com os animais, cultivar alimentos, pescar e viver momentos em família.

Valmor na chácara cuidando do cultivo de verduras e da lida com os animais. Valmor na chácara cuidando do cultivo de verduras e da lida com os animais.
Valmor na chácara cuidando do cultivo de verduras e da lida com os animais. Foto: Arquivo Pessoal

Empresário une trabalho na cidade com a paz do campo para viver melhor

Valmor Pauletti, empresário que atua em Goiânia-GO no ramo de utilidades domésticas e construção civil há quase 25 anos, é um exemplo de quem combina a vida agitada da cidade durante a semana, com momentos de sossego e conexão com o campo em fins de semana e feriados.

Com a vida movimentada dos negócios, em 2013, ele e a esposa, Rosana Pauletti, decidiram comprar uma chácara no município de Varjão, a 90 km da capital de Goiás.

Na propriedade Água Limpa, quase todo fim de semana, a família troca a vida do dia a dia de Goiânia pela quietude da chácara. Graças aos dias no campo, a natureza e a simplicidade da roça, segundo Valmor, ele consegue retornar e trabalhar no que gosta na cidade.

“No decorrer da semana, na cidade é muito difícil, é trânsito, é a vida corrida. Optamos pela chácara e graças a Deus a gente consegue achar uma válvula de escape. Lá a gente cultiva verduras, gosto de ficar no meio do gado, pescar nas represas. Enfim, distrair a cabeça e voltar com a mente mais arejada para na segunda-feira enfrentar a vida corrida de novo”, afirma Valmor.

E a sensação dos proprietários de chácaras, sítios e ranchos é o mesmo: desligar dos problemas na cidade e viver dias calmos e de relaxamento.

“Quando eu estou na roça, parece que eu esqueço que tenho comércio, que moro na cidade grande, que tenho boleto pra pagar, funcionário pra lidar. É um espírito de paz, de alegria, só escutando o canto dos passarinhos pela manhã e isso faz com que eu me sinta mais vivo. Traz uma sensação de renovo e tranquilidade, que chega domingo e eu não quero sair da roça”, reflete Pauletti.

Família Pauletti se refugia na chácara no município de Varjão-GO aos fins de semana. Família Pauletti se refugia na chácara no município de Varjão-GO aos fins de semana.
Família Pauletti se refugia na chácara no município de Varjão-GO aos fins de semana. Foto: Arquivo Pessoal

Vontade de viver no campo vira música

A dupla sertaneja Ikaro e Rodrigo, que mora em Goiânia, compartilham do mesmo sentimento com os empresários, trabalhadores e donos de chácaras. Eles foram entrevistados no Podcast Agro2, onde cantaram a composição Caseiro, que reflete a vida de quem quer viver para sempre no campo, mesmo ainda morando na cidade:

“Morar num pedacinho de terra, vivendo o contrário da guerra, acordando todo dia sem ouvir buzinas na janela. Plantar e colher, pescar e comer, só o suficiente pra viver, uns bichos espalhados e um amor do lado, esperando a família crescer. Eu trabalhei e tenho tudo isso, mas estou preso na cidade entre os prédios e os compromissos.
“Por que que a gente vende nossa paz por correria, porque a gente não troca o celular pelo céu que brilha. Mal tenho tempo pra dar um descanso, pra curtir meu rancho, por isso eu pago alguém, pra cuidar bem e continuo trabalhando pra um dia ter a vida que o caseiro tem”.

Veja o episódio completo com a palhinha da canção no link:

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