G20 pode estender por um ano alívio da dívida de países mais pobres | Economia


Líderes do G20, entre eles o presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deixam plataforma após posarem para foto oficial do encontro do G20 em Osaka, no Japão — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Um novo estudo da dívida do Banco Mundial publicado nesta segunda-feira (12) mostrou que a dívida externa dos países elegíveis ao programa de alívio da dívida do G20 subiu 9,5% em 2019, para US$ 744 bilhões, ainda antes da pandemia.

A dívida bilateral oficial dos países mais pobres com as nações do G20 chegou a US$ 178 bilhões em 2019 — com 63% do total devido à China. Segundo o estudo, a participação da China era de 45% em 2013, ano em que Pequim lançou seu projeto global de infraestrutura rodoviária e de cintura.

“Os líderes das nações devedoras têm sido respeitosos com os credores”, disse nesta segunda-feira o presidente do Banco Mundial, David Malpass.

Segundo o executivo, os grupos de trabalho da dívida do G20 não chegaram a um acordo sobre o impulso das duas instituições para uma extensão de um ano da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 (DSSI).

“É muito importante que os líderes das nações mais pobres falem abertamente sobre a necessidade de uma redução do peso da dívida das nações credoras. Esse diálogo ainda não foi tão robusto quanto penso ser necessário para levar este processo adiante”, acrescentou.

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Malpass e a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, alertaram que é necessário muito mais alívio da dívida para os países pobres e de renda média para evitar uma “década perdida”, enquanto a pandemia destrói a atividade econômica.

“Acho que pode se chegar a um compromisso que pode ser uma extensão de seis meses a ser renovada dependendo da sustentabilidade da dívida”, disse Malpass.

Ministros das finanças e governadores de bancos centrais das principais economias do G20 devem se reunir por videoconferência na quarta-feira (14).

Em maio, eles lançaram uma iniciativa para permitir que os países pobres suspendessem os pagamentos da dívida bilateral oficial devida aos países credores do G20 até o final de 2020 que, segundo Malpass, teria liberado US$ 5 bilhões para reforçar as respostas ao coronavírus até agora.

O Banco Central e o FMI também vão propor um plano de ação conjunto para reduzir o estoque da dívida dos países pobres com dívidas insustentáveis, mas que as nações devedoras precisam exigir mais fortemente o alívio da dívida para que mais progresso seja feito.



Fonte: G1