Frota própria ou plataforma de entregas? Veja dicas para escolher o melhor serviço para sua empresa | Economia

Priscila Gonçalves, de 33 anos, é dona do DukanFit em Brasília, e conta que a vida de empreendedora não é tão fácil quanto as pessoas pensam – ainda mais quando se trata de contratar funcionários.

Conhecendo as responsabilidades ser um empregador, a empresária preferiu optar pelo uso de plataformas para fazer a entrega de seus produtos fit.

“Ao contratar um motoboy, por exemplo, tenho que me preocupar não só com a qualidade do produto e a entrega, mas com a segurança do funcionário, com o pagamento dele, com os direitos trabalhista, além do fato de correr o risco dele poder cair e eu perder o produto. Por isso, prefiro as plataformas, nunca tive a opção de correr riscos, conta a empreendedora.”

Criar a própria frota ou entrar para uma plataforma de entregas?

O g1 conversou com o Sebrae e reuniu algumas dicas que podem te ajudar na escolha do modelo ideal para a sua empresa.

Antes de abrir o serviço de entrega para sua empresa, faça um planejamento, avalie o quanto o serviço de entregas pode ser usado de forma estratégica no seu negócio.

Em seguida, com base na sua demanda, faça uma análise se esse modelo é procurado na região que já costuma atender. Uma forma de entender se a logística de entregas é uma boa opção é ver como os concorrentes estão se comportando dentro deste modelo.

Como escolhera melhor plataforma?

Existem diversos aplicativos e plataformas de entregas que visam simplificar as operações e reduzir o tempo que o cliente recebe o pedido.

Algumas plataformas só aceitam CNPJ no momento do cadastro. Assim, é preciso ter registro como MEI ou da empresa para usar os serviços.

Nesse modelo de negócio, as plataformas cobram, em geral, uma porcentagem sobre o produto ou serviço oferecido, além de mensalidades e outras taxas.

Por outro lado, oferecem coberturas para problemas na entrega.

“Minha primeira dica é veja o teto de reembolso (pago ao empresário que contrata a plataforma de entrega em caso de problemas)”, diz Priscila. “Tive uma experiência ruim com uma plataforma. Mandei um kit (de alimentação) semanal de R$ 500 e o motoboy caiu. O teto da plataforma era de R$ 50, o que me deu um grande prejuízo”.

Veja abaixo as características das principais plataformas:

  • 12% Comissão sobre pedidos
  • 3,2% Taxa para pedidos pagos via iFood
  • R$ 100,00/mês com 1º mês grátis (Mensalidade para faturamento acima de R$ 1.800,00)
  • 23% Comissão sobre pedidos
  • 3,2% Taxa para pedidos pagos via iFood
  • R$ 130,00/mês com 1º mês grátis (Mensalidade para faturamento acima de R$ 1.800,00)
  • Taxa de Ativação + taxa de 3,5% sobre o valor de cada transação (no estudo)
  • No site deles não tem a taxa apenas as seguintes informações:
  • A comissão do Rappi é uma porcentagem mais o IVA para cada venda ou valor da fatura feita através do Rappi.

O custo da entrega dependerá dos quilômetros que o entregador precisa percorrer.

A taxa varia de acordo com a entrega estabelecida pelo restaurante. Para comércios que tenham entrega própria, a 99Food cobra 15% do valor do prato solicitado pelo cliente. Já para restaurantes que não possuem entregadores, a taxa vai para 27% sobre o valor do prato.

De acordo com Vicente Scalia, porta-voz do Sebrae, quando se trata de delivery, é essencial considerar seus dois processos essenciais: a solicitação do pedido, e a estratégia de entrega.

Em relação à solicitação do pedido, as modalidades podem ser:

  • Presencial;
  • Teleatendimento: ainda muito comum em cidades de pequeno porte;
  • Whatsapp Business: permite uma comunicação clara e em tempo real;
  • Aplicativo Próprio: cada vez mais comum nas empresas, facilita o atendimento de demandas específicas do mercado de atuação e reduz custos operacionais onerosos.

“O pequeno negócio deve valorizar o próprio diferencial que as grandes plataformas não possuem, que é a vantagem do relacionamento com as pessoas, o que faz com que você conheça melhor as necessidades dos clientes”, diz Scalia.

Já em relação à entrega, podem ser usadas três estratégias dentro do delivery próprio:

  • Atendimento 100% próprio: O estabelecimento incorpora todos os benefícios e desafios do delivery, de modo a ter que estudar e adequar: custos, legislação, atendimento, logística, orientações de pagamento e dúvidas do cliente, embalagens, além de ter que lidar diretamente com os imprevistos, atrasos e doenças.

Um fator-chave aqui é a contratação de motoboy ou motorista de carro próprio, que precisa de treinamento.

  • Terceirização da entrega: ao terceirizar a entrega, o estabelecimento consegue ter mais foco no cliente no sentido de direcionar mais esforços no negócio, de modo a proporcionar uma experiência memorável do cliente.

Os principais desafios, entretanto, são a questão dos direitos dos clientes no caso de devolução e a dificuldade na implantação da logística reversa.

  • Multicanais: Muitos estabelecimentos utilizam mais de um serviço buscando a diversificação de parceiros, captação de novos clientes e taxas mais competitivas. Neste sentido, são utilizadas estratégias híbridas também chamadas de multicanais (por exemplo: aplicativo e/ou delivery próprio concomitante com o uso de várias outras plataformas de marketplace.

Qual o melhor momento de implantar o serviço de entregas na minha empresa?

Uma forma simples de entender se é o momento de incluir o serviço de entregas, é você se perguntar em quanto tempo normalmente o seu cliente precisa do seu produto, como no caso dos pedidos de uma comida, diz o porta-voz.



Fonte: Portal G1