Fortunas de bilionários das criptomoedas são destruídas em semanas | Economia


Já faz algumas semanas desde que a multidão de adeptos das criptomoedas estava festejando em Miami. O fundador da Coinbase Global Inc., Brian Armstrong, tinha uma fortuna pessoal de US$ 13,7 bilhões em novembro e cerca de US$ 8 bilhões no final de março.

Brian Armstrong, CEO e fundador da Coinbase, em conferência nos EUA no dia 2 de maio — Foto: David Swanson/Reuters

Agora são apenas US$ 2,2 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, depois que uma venda em moedas digitais, incluindo bitcoin e ether, desencadeou um declínio vertiginoso no valor de mercado da Coinbase, a maior exchange de criptomoedas dos EUA.

As ações da empresa caíram 84% desde o primeiro dia de negociação, em abril de 2021, fechando quarta-feira em US$ 53,72, depois que a empresa alertou que o volume de negociação e os usuários de transações mensais deveriam ser menores no segundo trimestre do que no primeiro.

Isso levantou questões sobre a capacidade da Coinbase de resistir ao declínio acentuado nos preços das criptomoedas, forçando Armstrong a usar o Twitter para defender a empresa. Não há “risco de falência” mesmo em meio a um evento de “cisne negro” (imprevisível) e os fundos dos usuários estão seguros, disse Armstrong.

Depois, há Michael Novogratz. O CEO da provedora de serviços financeiros de blockchain Galaxy Digital viu sua fortuna despencar para US$ 2,5 bilhões, de US$ 8,5 bilhões no início de novembro.

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As fortunas bilionárias de criptomoedas que aumentaram nos últimos dois anos estão desaparecendo após uma liquidação que começou com ações de tecnologia se espalhando pelo dinheiro digital. Bitcoin, a criptomoeda mais popular, e ether, caíram mais de 50% desde seus recordes no final do ano passado.

Embora quase todos os detentores de criptomoedas tenham sofrido declínios de riqueza, algumas das maiores e mais visíveis perdas estão concentradas entre os fundadores de exchanges (bolsas), onde os traders (negociadores) compram e vendem moedas digitais.

Pelo menos no papel, Changpeng Zhao, CEO da Binance, de capital fechado, perdeu uma fortuna ainda maior do que Armstrong ou Novogratz. Ele estreou no índice de riqueza da Bloomberg em janeiro com um patrimônio líquido de US$ 96 bilhões, um dos maiores do mundo. Na quarta-feira (11), isso havia diminuído para US$ 11,6 bilhões, usando o valor médio da empresa para múltiplos de vendas da Coinbase e da empresa canadense de criptomoedas Voyager Digital como base para os cálculos.

Desaceleração das bolsas

As bolsas de criptomoedas nos EUA parecem estar sofrendo uma desaceleração maior do que seus concorrentes globais. Os volumes de negociação na Coinbase caíram constantemente desde o início do ano, enquanto a Binance, mais focada internacionalmente, viu um aumento no volume no mês passado. Os negócios da Binance com foco nos EUA, em comparação, sofreram declínios ainda mais acentuados do que os da Coinbase.

Tyler e Cameron Winklevoss, cofundadores da bolsa de criptomoedas Gemini, perderam cerca de US$ 2,2 bilhões – ou cerca de 40% – de sua riqueza este ano. A fortuna de Sam Bankman-Fried, CEO da exchange de criptomoedas FTX, caiu pela metade desde o final de março para cerca de US$ 11,3 bilhões.

Armstrong não é o único bilionário da Coinbase a perder dinheiro. O cofundador Fred Ehrsam, ex-operador do Goldman Sachs Group Inc., tem atualmente US$ 1,1 bilhão, uma queda de mais de 60% este ano. Armstrong detém 16% da Coinbase e controla 59,5% de suas ações com direito a voto, de acordo com a declaração de procuração da empresa em 2022, enquanto a Ehrsam tem uma participação de 4,5% e controla 26% de suas ações com direito a voto. Os títulos de dívida da Coinbase também caíram, recentemente sendo negociados em linha com algumas das notas classificadas mais arriscadas.



Fonte: G1