FED diz que moedas digitais não ameaçam a dominância do dólar


Na última quarta-feira, o banco central dos EUA publicou um relatório denominado “o papel internacional do dólar americano“, no qual analisa as reservas internacionais de dinheiro. Dentre os pontos destacados está a inserção do yuan, moeda da China, e o rápido crescimento das moedas digitais.

O FED está confiante de que o mundo continuará usando a sua moeda tanto para reserva de valor quanto como meio de troca no curto prazo, quase ignorando o rápido desenvolvimento das criptomoedas.

Embora o Bitcoin esteja começando sua revolução de baixo para cima, começando com países pequenos, este efeito pode escalar para grandes países conforme eles venham a perceber que não é saudável confiar em uma moeda imprimida sem controle.

Dólar ainda é dominante como reserva de valor e moeda

O relatório mostra as reservas internacionais de moedas, com o dólar representando 59,5% do total, enquanto o yuan chinês começa a ser utilizado como reserva a partir de 2016, representando cerca de 2.4% das reservas hoje.

Reservas internacionais de moedas estrangeiras. Fonte: FED

Segundo o texto, “há uma confiança generalizada no dólar americano como reserva de valor” mesmo com a sua dominância tendo caído 11,5% nas últimas 10 décadas.

Em relação a transações internacionais, o dólar também mostra-se dominante em três áreas, perdendo esta briga apenas na Europa onde o euro é mais utilizado.

Pagamentos de exportação feitos em dólar. Fonte: FED

Com estes e outros dados relacionados ao uso do dólar tanto como moeda e reserva de valor, o relatório não acha possível que a sua moeda perca dominância.

Dentre as moedas concorrentes analisadas pelo governo americano está o euro, que pode melhorar seu status internacional porém sofre com a separação política. E também o yuan conforme a China ultrapassou o PIB dos EUA e é o principal exportador do mundo, todavia suas políticas afastam investidores.

Em relação a moedas digitais, sejam elas criptomoedas ou CBDCs, o artigo mostra que sua tecnologia pode reduzir a dependência internacional ao dólar todavia esta mudança de padrões não é fácil de ser feita e dificilmente tomarão o lugar do dólar no curto prazo.

“Dito isso, é improvável que a tecnologia por si só possa alterar tanto o cenário de modo que ela compense completamente os motivos de longa data pelo qual o dólar é dominante.”

Bitcoin usado por governos

Os principais interessados em usar o Bitcoin, tanto como moeda de troca quanto reserva de valor, são os países em desenvolvimento. El Salvador foi o primeiro a adotar o BTC, não apenas usando-o como moeda de troca como também comprando-o para utilizá-lo como reserva de valor.

Outros países poderão adotar o Bitcoin em um futuro próximo. Principalmente aqueles que não tem moeda própria, que sejam dependentes de remessas internacionais ou até mesmo aqueles que não acreditam que uma moeda sem controle de emissão, como o dólar, possam ser uma fonte confiável de reserva de valor.

Embora esta revolução esteja começando de baixo para cima, o Bitcoin pode vir a ser utilizado como reserva de valor, e estes primeiros países serão os mais recompensados. Mesmo que o FED esteja otimista em relação a sua moeda no curto prazo, vale lembrar que o Bitcoin está apenas em seu início e aos poucos vem ganhando espaço.





Fonte: R7