Faturamento de shoppings centers tem queda de 33% em 2020, diz Abrasce | Economia


O faturamento do setor de shoppings caiu 33,2% em 2020, fortemente afetado pelos fechamentos do comércio para combate à disseminação do coronavírus no país. Foram R$ 128,8 bilhões contra R$ 192,8 bilhões em 2019, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

O mês de abril, quando o isolamento social teve a maior adesão pela população, foi o pior, com queda de 89% dos ganhos.

A restrição de circulação para redução dos contágios foi o grande motivador da queda de faturamento, segundo a associação. O número de visitantes caiu 32% entre 2019 e 2020, passando de 502 milhões para 341 milhões de visitantes.

Mas, além da circulação restrita, os shoppings centers tiveram resultados puxados para baixo pela pouca digitalização. Apenas 29% dos empreendimentos têm operação instalada de vendas online em período em que as compras digitais foram importantes para o comércio.

As operações de shoppings, em geral, são montadas por meio de marketplaces. O formato é uma plataforma digital que reúne operações de venda das lojas daquele shopping.

O número era ainda menor antes da pandemia, o que atrasou a conversão de vendas. Na época, os marketplaces estavam presentes em apenas 11% dos shoppings centers.

De acordo com a sondagem da Abrasce, a digitalização é inescapável. Dentre os empreendimentos que não têm vendas online disponíveis, 59% pretendem instalar marketplaces em até 2 anos.

“Os shoppings estão evoluindo e as plataformas de marketplace estão mais confortáveis de usar. Imagino que em 5 anos todos os shoppings estarão em ambiente digital”, afirma Glauco Humai, presidente da Abrasce.

Vendas em shoppings caíram 12% no Natal de 2020

Vendas em shoppings caíram 12% no Natal de 2020

A projeção para o ano de 2021 é de alta de 9,5% em relação ao ano passado e inauguração de 13 shoppings centers. Mas a Abrasce alerta que as imprevisibilidades são consideráveis e o número será reavaliado a cada três meses.

“Esse é um ano mais instável. Essa é uma projeção baseada na realidade de hoje, com algumas variações possíveis. Mas, como falamos de uma pandemia, de cenários diversos e restrições locais, esse resultado pode mudar”, afirma Humai.

Com crescimento na casa de dois dígitos, diz ele, levaria cerca de 3 anos para que se recuperasse as perdas do setor em 2020. “É o mais sensato a se acreditar”, afirma.

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Fonte: G1