Na ocasião, uma explosão seguida de incêndio atingiu um dos três transformadores da subestação de energia elétrica na zona norte de Macapá, capital do estado. O segundo transformador foi comprometido por sobrecarga, o que levou ao blecaute na região.
O terceiro equipamento, considerado reserva para situações de emergência, estava em manutenção desde 30 de dezembro de 2019. O incêndio ocorreu em 3 de novembro de 2020 (10 meses depois) e a energia só foi retomada de forma estável após 22 dias sem fornecimento.
A TV Globo entrou em contato com o ONS e a empresa Linhas de Macapá e aguarda posicionamento sobre as conclusões da Aneel.
Documento indica que apagão no Amapá foi resultado de uma série de falhas
Sobre a responsabilidade do ONS, técnicos da Aneel apontaram falhas na supervisão e no controle do sistema. De acordo com a agência, o operador não promoveu “as devidas análises das condições de atendimento das cargas de energia e demanda do estado do Amapá” depois que um dos três transformadores da subestação Macapá ficou indisponível, no final de 2019.
Desta forma, aponta o documento, o ONS não estabeleceu “as providências operativas necessárias à confiabilidade e continuidade do atendimento às cargas do estado do Amapá”, o que resultou em “agravamento das consequências” do apagão.
Sobre a empresa Linhas de Macapá, os técnicos constataram que a “excessiva quantidade de reprogramações de datas de retorno para a operação do transformador 2”, junto à ausência de um plano de contingência, deixaram “a subestação Macapá exposta à possibilidade de não suprimento total das cargas do Amapá por meio do SIN [Sistema Integrado Nacional]”.
Além disso, a fiscalização da Aneel indicou que a subestação tinha manutenções em atraso, e que as instalações não estavam conservadas de maneira adequada.
Relatório da ONS fala em sequência de falhas como motivo para apagão no Amapá
A área de fiscalização da Aneel notificou o Operador Nacional do Sistema e a empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia pelo apagão no Amapá. Os termos de notificação foram enviados em 22 de dezembro.
A empresa e o operador têm 15 dias, a contar da data de recebimento do termo, para enviar manifestação sobre o tema. Em seguida, a Aneel analisa as justificativas e pode emitir autos de infração, com a aplicação de multas.
Fonte: G1