Facebook, Microsoft e Google congelam doações políticas após invasão de apoiadores de Trump ao Capitólio | Tecnologia


O Facebook, a Microsoft e o Google anunciaram nesta segunda-feira (11) que interromperam parte de suas doações políticas nos Estados Unidos, dias depois de apoiadores do presidente americano Donald Trump invadirem o Capitólio. Todas citaram o episódio para justificar a revisão da prática.

As empresas disseram que irão congelar contribuições para os Comitês de Ação Política (PAC, em inglês), organizações que não são ligadas a nenhum partido e que são criadas para arrecadar fundos ​​para campanhas a favor ou contra qualquer candidato ou iniciativa. (Saiba mais abaixo.)

“Após a horrível violência da semana passada em Washington DC, estamos pausando todas as nossas contribuições ao PAC pelo menos para o atual trimestre, enquanto revisamos nossas políticas”, disse um porta-voz do Facebook ao site “The Verge”.

A Microsoft afirmou ao site “Axios” que geralmente “pausa suas doações aos PACs no primeiro trimestre após a formação de um novo Congresso, mas terá passos adicionais neste ano para considerar os eventos recentes e consultar funcionários”.

O Google também disse que irá reavaliar as políticas de contribuição. “Congelamos todas as contribuições enquanto revisamos e reavaliamos nossas políticas após os eventos profundamente preocupantes da semana passada”, disse o porta-voz da companhia, Jose Castaneda, segundo a agência de notícias Reuters.

O Twitter havia interrompido suas colaborações com os PACs em novembro passado. A empresa afirmou que não faz doações a políticos desde 2018, e que enviou o dinheiro restante de seus comitês para atividades que incentivassem o registro ao voto.

Nos EUA, grupos podem se organizar para fazer campanha por uma pauta política e apoiar um candidato sem estarem diretamente vinculados a um partido. Eles também conseguem captar dinheiro com menos restrições que os próprios partidos e fazer doações a políticos.

Esses movimentos são conhecidos como PACs (sigla para Comitês de Ação Política em inglês). Há também os chamados SuperPACs, decorrentes de uma decisão da Suprema Corte de Justiça em 2010.

Os SuperPACs se diferem dos PACs porque devem ser “independentes” e não podem doar seus fundos para uma campanha ou a um partido. Por outro lado, não há limite para a quantidade de fundos que podem coletar e usar para influenciar o resultado da eleição – muitas vezes por meio de campanhas publicitárias, por exemplo.

Trump suspenso das redes sociais

Na última quinta-feira (7), o Facebook e Instagram bloquearam a conta de Trump por tempo indeterminado. O tempo mínimo em que Trump ficará impedido de postar nessas redes será de duas semanas – data que coincide com a posse do presidente eleito Joe Biden, marcada para o próximo dia 20 de janeiro.

Na sexta (8), foi a vez do Twitter suspender, mas de forma definitiva, a conta de Donald Trump. A rede alegou que os posts recentes do presidente incitavam a violência.

Twitter cita

Twitter cita ‘risco de mais incitação à violência’ ao tirar conta de Trump do ar

Também na sexta (8), o Google suspendeu de sua loja de apps a rede social Parler, muito usado por apoiadores de Trump. A empresa disse que os desenvolvedores teriam que demonstrar moderação de conteúdo “robusta” se quisessem voltar a ficar disponíveis.

Apple e Amazon tomaram iniciativas similares e suspenderam o app de suas lojas virtuais e de seus serviços de hospedagem.

Nesta segunda (11), a Parler entrou com um processo contra a Amazon por ter sido tirada do ar pela empresa.

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Fonte: G1