As exportações brasileiras de arroz beneficiado alcançaram 1,7 milhão de toneladas em 2023, 13% a menos que ano anterior, gerando uma receita de US$ 622 milhões, que representa queda de 5,2% em comparação com o ano anterior.
Mesmo com o resultado abaixo do esperado, segundo informações da Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz), foi o segundo melhor da história, ficando atrás somente de 2022.
Exportações brasileiras de arroz
O arroz beneficiado representou 49,2% do total das exportações de arroz em valor com US$ 306,3 milhões, a menor participação dos últimos cinco anos, ficando 17% abaixo da média do período. É o terceiro ano seguido com queda na participação. Em volume foram 923 mil toneladas do grão, representando 53% das exportações totais.
As exportações de arroz em casca atingiram seus maiores níveis, em valor dos últimos cinco anos, chegando a ser 72% maior que a média do período. Em volume, sofreu uma queda de 13% em comparação com 2022, mas é o segundo maior volume, ficando 47% acima da média do período.
Em dezembro de 2023, os embarques de arroz em casca atingiram 30,9 mil toneladas, 81,8% menos que no mesmo período de 2022. As vendas caíram 74,7%, para US$ 22,4 milhões.
Mercado
O Brasil exportou arroz beneficiado para 15 novos mercados, com destaque para México, Sint Maarten e Santa Helena. Ainda, dentre os principais destinos, teve aumento das exportações para Senegal, EUA e Gâmbia.
Em relação aos valores, os preços de exportação do arroz foram os maiores dos últimos cinco anos, com destaque para o arroz em casca e o arroz branco que tiveram seus preços, respectivamente, 23,5% e 22% maiores que a média do período, pressionados pelas consequências do El Niño, restrições às exportações da Índia e custos domésticos.
Importações
Em 2023, o Brasil importou 1,4 bilhão de toneladas de arroz, crescimento de 19% comparado ao ano anterior, com gasto de US$ 529,5 milhões, alta de 51,3%. Só em dezembro, as importações do grão totalizaram 82,9 mil toneladas, com queda de 5,7% na comparação anual, com custo de US$ 37,6 milhões, alta de 34,4%.
O arroz beneficiado representou 98% do total das importações de arroz em valor e volume, a maior participação dos últimos cinco anos, ficando 7% acima da média do período, sendo as maiores já registradas na história, 30% maior em volume, e 55% maior em valor do que a média dos últimos cinco anos. Fator que contribuiu para o resultado ruim foi o fenômeno climático El Niño, que fez a safra de 2023 ser a menor dos últimos 10 anos.
O Brasil importou 99% do total de arroz dos países do Mercosul: 64% do Paraguai, 30% do Uruguai e 5% da Argentina.
Produção de arroz
O arroz brasileiro representa mais de 30% da produção das Américas. O país é o 9º maior produtor do grão, com participação de 1,5% do total de arroz cultivado no mundo.
Na safra 2022/2023, o Brasil produziu pouco mais de 10 milhões de toneladas de arroz, em sistema de irrigado e de sequeiro. A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é que o país cultive 10,7 milhões no ciclo 2023/2024, aumento esperado de 7,2%.
Se por um lado os preços do grão foram incentivos para o aumento de área em alguns estados produtores, por outro, o atraso no plantio, o volume excessivo de chuvas ou de períodos de veranicos que ocorreram em regiões diversas, além das dificuldades nos tratos culturais, são variáveis para o registro de impactos desfavoráveis na produtividade.