Expectativa do mercado para inflação em 2021 chega a 5,01% e se aproxima do teto da meta | Economia


Os economistas do mercado financeiro elevaram para 5,01% a estimativa de inflação em 2021 e também passaram a prever alta maior do juro básico da economia, a taxa Selic.

As informações constam do relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, a expectativa do mercado para este ano subiu de 4,92% para 5,01%. Essa foi a terceira alta seguida do indicador.

A previsão de inflação do mercado continua acima da meta central deste ano, de 3,75%, e se aproxima do teto do sistema de metas: 5,25%. Isso porque, pelo sistema atual, a inflação será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25% em 2021.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.

Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

Para 2022, o mercado financeiro manteve em 3,60% a estimativa de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

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No caso do Produto Interno Bruto de 2021, os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa para o crescimento de 3,04% para 3,09%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Para 2022, o mercado manteve em 2,34% a estimativa de expansão do PIB.

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia da Covid-19, que tem afetado o nível de atividade da economia mundial.

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O mercado financeiro também subiu de 5,25% para 5,50% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021.

Em março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia foi aumentada pelo BC para 2,75% ao ano.

Para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro elevaram expectativa para a taxa Selic de 6% para 6,13% ao ano, o que pressupõe alta maior do juro básico também no próximo ano.

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 permaneceu em R$ 5,40. Para o fim de 2022, avançou de R$ 5,26 para R$ 5,40 por dólar.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2021 subiu de US$ 57,65 bilhões para US$ 59 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado avançou de US$ 54,05 bilhões para US$ 54,55 bilhões de superávit.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 55 bilhões. Para 2022, a estimativa continuou em US$ 65 bilhões.



Fonte: G1