Empresa chinesa vai usar reconhecimento facial para barrar menores jogando até tarde | Tecnologia


A Tencent, uma das maiores empresas de tecnologia da China e distribuidora de vários games no país, começou a utilizar na última terça-feira (6) um sistema de reconhecimento facial para garantir que menores de idade não fiquem jogando até muito tarde.

O recurso chamado de “patrulha da meia-noite” será utilizado pela empresa para cumprir com um “toque de recolher” imposto pelo governo chinês aos menores de 18 anos desde 2019.

O país determina que jovens não podem jogar entre às 22h e 8h e que devem respeitar um limite máximo de 90 minutos nos games por dia.

A Tencent exige que os usuários façam registros com documentos ligados a uma base de dados nacional, mas muitos menores de idade estavam utilizando informações de adultos.

Com o novo sistema, a companhia vai exigir que a pessoa dê acesso à câmera do computador ou do celular para cruzar a imagem em tempo real com a foto do documento cadastrado.

A empresa disse que começou a testar a tecnologia de reconhecimento facial em abril para verificar as idades e desde então a utilizou em 60 de seus jogos.

A Tencent é responsável por distribuir dezenas de jogos populares na China, como League of Legends, Call of Duty Online, Arena of Valor, entre outros. Nem todos contam com o recurso de vigilância, que será “liberado gradualmente”, segundo um comunicado.

Em junho, a companhia disse que, em média, 5,8 milhões de usuários por dia precisaram mostrar o rosto durante o login. Foram bloqueados mais de 90% dos que rejeitaram ou falharam na verificação facial.

Os usuários identificados como menores de idade são barrados dos jogos sempre que tiverem jogado por um período máximo de tempo ou tentem jogar durante o “toque de recolher”.

A Tencent afirmou ainda que adultos poderão pedir uma nova leitura facial caso tenham sido bloqueados indevidamente.

O reconhecimento facial é amplamente utilizada na China – seja em câmeras de segurança, check-in de hotéis ou transações bancárias.

O uso da tecnologia é criticado por especialistas ao redor do mundo, principalmente no contexto do poder público.

No Brasil, as informações biométricas, como a imagem do rosto, são consideradas sensíveis pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) – dados que precisam de proteções adicionais para evitar vazamentos e consentimento do cidadão.

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Fonte: G1