Em duas décadas, bacias hidrográficas do Paraná perderam 61 mil hectares de florestas, aponta levantamento | Paraná


Nos últimos 20 anos, as regiões das principais bacias hidrográficas do Paraná perderam 61 mil hectares de florestas, de acordo com um levantamento feito pela ONG SOS Mata Atlântica.

De acordo com a organização e pesquisadores, o desmatamento nestas áreas colabora para a redução dos níveis dos rios porque as nascentes ficam desprotegidas.

“A relação é direta. A gente desmata e desprotege as nascentes. E daí a gente tem menos água no rio, menos água nos reservatórios, menos água nas cidades e menos energia elétrica”, afirma o pesquisados da SOS Mata Atlântica, Luís Guedes.

De acordo com o levantamento, boa parte de toda a área desmatada é de vegetação adulta, que é mais eficiente para garantir a preservação dos rios.

Especialistas afirmam que desmatamento impacto na crise hídrica — Foto: Reprodução/RPC

Na bacia do Paranapanema, na região norte e noroeste do estado, na divisa com São Paulo, em duas décadas foram cortados quase 8 mil hectares de floresta.

Na região, há dois importantes rios, o Tibagi, que nasce na região central do estado, e o Pirapó, que abastece Maringá, no norte do Paraná.

Já na bacia do Rio Paraná, que integra outros sete rios como o Ivaí e Piquiri, foram desmatados quase 22 mil hectares de vegetação nativa desde o ano 2000.

Na bacia do Rio Iguaçu, o maior do Paraná, que nasce na Região Metropolitana de Curitiba e atravessa o estado até Foz do Iguaçu, foram 1.173 hectares desmatados apenas em 2020.

“A gente tem, ao mesmo tempo, florestas regenerando que vão levar décadas pra ter o mesmo valor pra biodiversidade, pro acúmulo de carbono e até para a produção de água. Então, a longo e no curto prazo a gente está perdendo”, afirma Guedes.

Além de reduzir o desmatamento, projetos tentam recuperar a área de mata perdida ao longo dos anos.

Na bacia do Iguaçu, o projeto “Águas Vivas” mapeou uma área de 600 hectares que devem ser recuperados até 2029.

O projeto trabalha com produtores rurais, tentando convencê-los a mudar hábitos para que agrotóxicos não contaminem os rios.

“A gente tem uma expectativa de trabalhar por dez anos nessa região, pra conservar a floresta que está de pé, pra recuperar parte da floresta perdida, e pra transformar algumas centenas de hectares de agricultura convencional em agricultura sustentável”, afirmou Guilherme Karam, gerente de economia de biodiversidade do projeto.

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Fonte:G1