É perigoso contratar uma ‘internet de bairro’ ou pequenos provedores locais? | Blog do Altieres Rohr


Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados etc.), envie um e-mail para [email protected]. A coluna responde perguntas deixadas por leitores às terças e quintas-feiras.

É preciso cautela ao contratar um serviço de internet, mas tecnologias de segurança devem garantir a privacidade na conexão. — Foto: Altieres Rohr/G1

Utilizo um serviço de internet local, conhecida como “internet de bairro”, já que as grandes operadoras não disponibilizam serviço de internet para minha localidade. Atualmente estou utilizando uma de fibra óptica, inclusive. Fico com receio de acessar sites com informações sensíveis, como sites de bancos e de compras, através desse serviço, recorrendo quando necessário à internet móvel ou ao uso de VPN.

Gostaria de saber que tipo de risco corro ao utilizar esse tipo de serviço de internet local? – Samuel Oliveira

Quando vamos contratar um serviço de conexão com a internet, é preciso observar as mesmas regras que existem para qualquer aquisição. A empresa que ofereceu o serviço é confiável? Ela tem autorização para funcionar?

No caso dos provedores de internet, eles em geral necessitam de um registro na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) como “serviço de comunicação multimídia” (SCM). No entanto, alguns provedores são isentos em determinadas circunstâncias.

De qualquer forma, o provedor precisa ter condições de prestar o serviço ofertado, dispondo de infraestrutura adequada e tendo uma empresa regularizada para esse tipo de serviço.

Fuja de internet “roubada”, “gatos” ou empresas que compartilham internet sem autorização – além de colocar seus dados em risco, a própria confiabilidade do serviço pode ser ruim.

Felizmente, hoje há muitos pequenos provedores legalizados no Brasil hoje e vários deles conseguem concorrer com as grandes operadoras, oferecendo conexões mais rápidas em localidades afastadas – exatamente como é o seu caso, Samuel.

Conexões seguras em qualquer acesso

Quanto ao serviço de internet em si e a privacidade nas comunicações, a maioria dos sites hoje adota o protocolo de conexão segura HTTPS.

O G1, por exemplo, utiliza esse tipo de conexão. O HTTPS embaralha os dados da conexão, de modo que o provedor não possa enxergar o que está sendo transmitido.

Alguns anos atrás, esse tipo de acesso seguro só era encontrado em páginas de bancos e pagamentos. Sites menores não usavam conexão segura para cadastros e senhas. Hoje não é mais assim: na maior parte do tempo, você estará navegando em um site com criptografia.

Um provedor malicioso (seja ele grande ou pequeno) poderia tentar redirecionar seu acesso a páginas seguras para páginas sem segurança. Mas isso não precisa acontecer apenas na infraestrutura do provedor: há casos em que isso acontece porque o roteador de internet foi invadido.

Se o redirecionamento de páginas com criptografia realmente estiver acontecendo por interferência do provedor, é importante procurar orientação no Procon, no atendimento ao consumidor da Anatel ou até com a polícia, pois é possível que esteja ocorrendo um crime de interceptação telemática ilegal.

No smartphone, muitos aplicativos são programados de modo a não aceitar uma conexão que não esteja criptografada. Então, caso um ataque desse tipo seja realizado, os apps começarão a exibir mensagens de erro, informando que não é possível realizar a conexão.

No computador, nem sempre será exibida uma mensagem de erro quando uma conexão for redirecionada para uma página sem segurança, o que exige atenção.

Quando você for acessar seu banco, digitar os dados do seu cartão ou uma senha, confira sempre se você está em uma página segura (HTTPS) antes de prosseguir.

Essa é a sua garantia que ninguém interferiu nem visualizou os dados transmitidos para o site – e ela é necessária em qualquer conexão, seja uma fibra ótica de um grande provedor ou um Wi-Fi público em uma cafeteria.

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Fonte: G1