Dólar pausa série de altas e fecha a segunda-feira perto de R$ 5,60 – Notícias


O dólar pausou a série recente de altas e fechou em leve baixa nesta segunda-feira (22), mas ainda muito perto de R$ 5,60, evidência do maior prêmio de risco oriundo de persistentes incertezas locais e da força global da moeda americana.

O dólar à vista caiu 0,29%, a R$ 5,5941 na venda, depois de cinco altas seguidas em que somou ganho de 3,84%.


A cotação variou de R$ 5,615 (0,08%) a R$ 5,5625 (-0,85%).

O real teve um dos melhores desempenhos entre as principais moedas, num dia em que a moeda americana bateu máximas em 16 meses ante uma cesta de rivais.

O mercado vê continuidade da redução de estímulos e possível aumento antecipado de juros nos EUA diante da recondução de Jerome Powell à chefia do banco central do país para mais quatro anos.

Pares emergentes do real, como o peso mexicano (-0,7%) e o rand sul-africano (-0,8%), voltavam a cair, enquanto a lira turca (-1,8%) novamente era alvo de liquidação e renovava mínimas recordes.

Do lado doméstico, o mercado começava a prestar mais atenção ao xadrez político que se desenhava conforme o noticiário eleitoral esquentava, com mais informações sobre pré-candidatos à Presidência da República em 2022.

As discussões sobre o andamento da PEC dos Precatórios seguem na mira de investidores. A expectativa é que ainda nesta semana o parecer da PEC seja lido na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, antes de, até o dia 30, ir ao plenário da Casa.

O mercado tem se incomodado com debates sobre tornar permanente o auxílio emergencial no valor de R$ 400, proposto hoje – e que vai até o fim de 2022 –, mas, por outro lado, vê chances de fatiamento da peça como um meio de aprová-la de forma mais rápida e “virar a página”.

No saldo, o cenário para o câmbio segue inspirando cautela, avaliam profissionais do Itaú Unibanco, cuja equipe econômica manteve estimativa de dólar a R$ 5,50 no fim de 2021 e 2022, mesmo com a perspectiva de alta de juros maior no Brasil do que em outros mercados emergentes.

Juros mais altos teoricamente elevariam a atratividade de investimentos na renda fixa brasileira, fluxo esse que aumentaria a oferta de dólares e poderia baixar o preço da moeda.

“No entanto, as incertezas domésticas (especialmente relacionadas à evolução das contas públicas nos próximos anos), somadas ao cenário global, que tem se mostrado desafiador para ativos de risco (com aumento de pressões inflacionárias globais e antecipação da elevação dos juros nos EUA), ainda pressionam a moeda (o real)”, disse o banco privado em revisão de cenário.

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Fonte: R7