A moeda norte-americana caiu 0,85%, cotado a R$ 6,0458. O principal índice da bolsa subiu 0,25%, aos 119.299 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar fechou em queda nesta terça-feira (14), aos R$ 6,04, com investidores atentos aos novos dados de inflação dos Estados Unidos e sem grandes destaques na agenda doméstica.
No exterior, o foco é o novo índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA, que subiu moderadamente em dezembro. O indicador é utilizado pelo Federal Reserve (Fed), que pode estar perto de encerrar o ciclo de cortes de juros.
Por aqui, o mercado continua a esperar por medidas que possam melhorar o cenário das contas públicas do Brasil. Nesta terça, o presidente Lula sancionou o projeto que flexibiliza o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em leve alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
O dólar fechou em queda de 0,85%, cotado a R$ 6,0458. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,92% na semana;
recuo de 2,17% no mês e no ano.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,07%, cotado a R$ 6,0975.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 0,25%, aos 119.299 pontos.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,13%, aos 119.007 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,13% na semana;
perdas de 1,06% no mês e no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes destaques na agenda doméstica, as atenções dos investidores estão voltadas para o noticiário internacional. O foco é o novo índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA, que subiu 0,2% em dezembro, após um aumento revisado de 0,4% em novembro. Em 12 meses, o índice avançou 3,3%.
O resultado ficou ligeiramente abaixo das previsões do mercado, que esperava aumentos de 0,3% no mês e 3,4% no ano. Mesmo assim, o índice ainda é considerado forte e não deve alterar a expectativa de que o Fed manterá a taxa de juros dos EUA inalterada até o segundo semestre deste ano.
Juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, e podem valorizar o dólar frente a outras moedas, incluindo o real.
Esse cenário de dólar forte e juros mais altos do que o previsto nos EUA fica ainda mais evidente em meio à eleição de Donald Trump para a Casa Branca.
O novo presidente dos EUA promete uma agenda protecionista, priorizando a atividade interna e limitando a concorrência estrangeira. Isso pode pressionar a inflação e impedir novos cortes de juros pelo Fed.
Assim, os novos dados de inflação ao consumidor dos EUA, que serão divulgados esta semana, também estão no radar.
No Brasil, a falta de indicadores mantém o foco no cenário fiscal. Nesta terça, Lula sancionou o projeto que flexibiliza o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal.
Lula vetou trechos que, segundo o governo, impactariam o resultado primário das contas públicas, buscando equilíbrio entre receita e despesas em 2025 e nos próximos anos. Esses trechos serão analisados novamente pelo Congresso, que pode restaurá-los se atingir um número mínimo de votos.
“A sanção presidencial reforça o compromisso com a solução das dívidas dos estados, permitindo a redução dos juros, o alongamento da dívida e o uso de ativos para abater débitos, incentivando uma gestão fiscal responsável e investimentos em áreas prioritárias para o desenvolvimento do país”, afirmou o governo.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou, em entrevista à GloboNews, que a equipe econômica deve apresentar novas medidas a fim de garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
O ministro também admitiu que o governo teve problemas de comunicação no último ano.
“Nós tivemos um problema grave de comunicação. Precisamos nos comunicar melhor. O mercado está muito sensível no mundo inteiro. Não é uma situação normal que o mundo está vivendo e essa é outra parte da história”, afirmou.
G1 Economia