Dólar fecha em forte alta, após Bolsonaro zerar impostos federais sobre diesel e gás de cozinha | Economia


O dólar fechou em alta de 1,12%, cotado a R$ 5,6633, nesta terça-feira (2). Esse é o maior patamar de encerramento desde 3 de novembro de 2020, quando a cotação foi de R$ 5,7609.

Os investidores reagiram à decisão do presidente Jair Bolsonaro de zerar impostos federais sobre diesel e gás de cozinha, medida que será compensada pelo aumento da Contribuição Social sobre Lucro Liquido (CSLL) de instituições financeiras como os bancos.

Ao mesmo tempo, as expectativas do mercado giravam em torno das discussões em torno da PEC emergencial.

No ano, a alta acumulada chega a 9,18%. Veja mais cotações.

No exterior, permanece a expectativa de maior inflação e liquidez nos Estados Unidos com o pacote de US$ 1,9 trilhão, o que contribui para um maior deslocamento de investimentos alocados nos países emergentes para o mercado americano e, consequentemente, para um câmbio mais pressionado no Brasil.

“Com este cenário americano fortalecido, os mercados emergentes e suas moedas ficam vulneráveis, e o refluxo dos investimentos estrangeiros locados nestes mercados provoca forte venda das moedas locais na busca do dólar para retirada em direção ao mercado americano”, afirmou Sidnei Moura Nehme, diretor da NGO Corretora, em nota a clientes.

Por aqui permaneciam os receios de maior risco fiscal e as preocupações em torno da grave situação da pandemia de coronavírus no país. Investidores citam também preocupações com uma eventual extensão do Auxílio Emergencial sem contrapartidas, o que poderia agravar ainda mais a perspectiva para as contas públicas e para a recuperação da economia.

Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro editou decreto no qual zerou as alíquotas de PIS e Cofins que incidem sobre óleo diesel e gás de cozinha, decidindo como contrapartida “majorar” a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras, entre outras medidas compensatórias.

O mercado financeiro elevou a estimativa de inflação para 2021 para 3,87%, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. Já a previsão de alta para o PIB (Produto Interno Bruto) permaneceu em 3,29%.

Os analistas das instituições financeiras também passaram a prever que o processo de alta dos juros básicos da economia, fixados pelo BC para controlar a inflação, começará em meados de março, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa é de que a Selic passe de 2% para 2,25% ao ano neste mês. Para o fim de 2020, a previsão continuou em 4% ao ano.

Governo zera impostos federais sobre diesel e gás de cozinha
Governo zera impostos federais sobre diesel e gás de cozinha

Governo zera impostos federais sobre diesel e gás de cozinha

Variação do dólar em 2021 — Foto: G1

Variação do dólar em 2021 — Foto: Economia G1



Fonte: G1