Dólar fecha em alta nesta sexta, mas acumula queda na semana | Economia


O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (23), em uma semana marcada pela novela do Orçamento, pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima e exterior favorável.

A moeda norte-americana subiu 0,78%, vendida a R$ 5,4982. Veja mais cotações.

No dia anterior, o dólar recuou 1,81%, a R$ 5,4556. Na semana, a queda foi de 1,54%. No mês, o recuo acumulado é de 2,30%. No ano, o avanço é de 6%.

O Banco Central realizou nesta sexta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em novembro de 2021 e abril de 2022.

Após impasse com o Congresso, o governo sancionou com vetos o Orçamento de 2021. Além do veto de parte das emendas parlamentares, foram cortados R$ 7,9 bilhões em gastos do Executivo e bloqueados outros R$ 9 bilhões de ministérios.

O bloqueio de R$ 9 bilhões é baseado no teto de gastos, que impede o governo de elevar as despesas acima da inflação do ano anterior. Isso significa que esses gastos só podem ser retomados se as previsões para a economia forem revisadas e houver mais “espaço” no teto.

“Após muita novela e muito atraso, o desfecho sobre o Orçamento pode ser considerado relativamente positivo, por acomodar todos os interesses e ainda respeitar as regras fiscais vigentes – ainda que o respeito à meta primária tenha sido ‘pró-forma’, com 120 bilhões de reais ficando fora da conta”, opinaram analistas da Levante Investimentos em nota.

Mas “(um risco) que não pode ser ignorado é o de ‘shutdown’ da máquina pública federal, com as despesas discricionárias sendo perigosamente levadas ao mínimo histórico após os novos cortes feitos quando da sanção do Orçamento.”

Também na quinta-feira, Bolsonaro participou da Cúpula do Dia da Terra com outros líderes internacionais, e trouxe algum alívio para os investidores ao utilizar um tom mais moderado ao falar sobre a postura do Brasil em relação à preservação ambiental, embora tenha contado, como conquistas do país no combate a mudanças climáticas, feitos de governos anteriores e que não se mantiveram em seu governo.

Enquanto isso, no exterior, os rendimentos dos Treasuries de dez anos têm sido negociados em uma faixa estreita nos últimos dias, e seguem bem abaixo de máximas pré-pandêmicas alcançadas no final de março. O arrefecimento dos juros norte-americanos ante esses picos tem sido citado por analistas como um fator de incentivo para a queda do dólar frente outras divisas fortes.

Entre outros motivos que poderiam explicar o arrefecimento recente do dólar contra o real, alguns analistas citaram um movimento de ajuste após desvalorizações exageradas da divisa brasileira: “nossas estimativas indicam que os riscos fiscais e o agravamento da pandemia no Brasil frente às economias desenvolvidas têm implicado em uma depreciação excessiva do real frente ao dólar (…)”, disse em nota a Genial Investimentos.

Variação do dólar em 2021 — Foto: Economia G1



Fonte: G1