Dólar abre julho em alta




No 1º semestre, moeda norte-americana acumulou alta de 35,66% – a mais intenso para a primeira metade do ano desde 1999. Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira *4)
REUTERS/Bruno Domingos
O dólar abriu em alta nesta quarta-feira (1), após acumular alta de 1,93% em junho.
Às 9h06, a moeda norte-americana subia 0,52%, vendida a R$ 5,4680. Veja mais cotações.
Na terça-feira, o dólar fechou cotado a R$ 5,4396, em alta de 0,25%. Assim, acumulou alta de 35,66% no primeiro semestre – o avanço mais intenso para a primeira metade do ano desde 1999, quando subiu 45,11% no processo de maxidesvalorização do real durante a transição para o regime de câmbio flutuante, destacou o Valor OnLine.
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Cenário externo
Apesar da cautela dos investidores diante dos temores de uma segunda onda de contágio por coronavírus, o dia é marcado por maior otimismo nos mercados, após dados melhores da zona do euro e esperanças de uma recuperação econômica mais rápida.
Os preços do petróleo subiam nesta quarta-feira, após dados industriais positivos e uma queda nos estoques nos Estados Unidos, ambos indicadores de uma recuperação econômica e de aumento na demanda por energia.
O mercado também aguarda dados sobre a atividade industrial e criação de vagas de emprego no setor privado dos EUA em junho nesta sessão.
Cenário interno
A alta da moeda norte-americana em relação ao real tem sido associada por analistas a um cenário de juros baixos e incertezas econômicas e políticas locais.
A primeira metade do trimestre — do começo de abril até meados de maio — foi marcada por forte e contínua alta do dólar, que flertou com o recorde histórico nominal perto de R$ 6, diante de acirramento de tensões políticas domésticas e da percepção de que o Banco Central estava minimizando a volatilidade.
A partir do meio de maio até início de junho, a melhora do ambiente externo, massivas injeções de liquidez por bancos centrais e uma maior atuação do BC no mercado de câmbio motivaram desmontes de posições compradas em dólar, o que levou a divisa abaixo de R$ 5.
Mas a gangorra persistiu e, desde então, o dólar ingressou em novo período ascendente, tendo como pano de fundo volatilidade ainda maior no mercado de câmbio interno. O fluxo cambial ao Brasil também piorou, indicando menor oferta de dólar –portanto, maior pressão sobre a cotação.
A projeção do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2020 continuou em R$ 5,20, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o fechamento de 2021, ficou estável em R$ 5 por dólar.
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Economia G1



Fonte: G1