Na véspera, a moeda norte-americana avançou 2,21%, cotada a R$ 5,0860, na 3ª alta consecutiva e na maior variação positiva desde novembro. Notas de dólar
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O dólar opera em queda nesta quinta-feira (20), após forte alta na véspera, quando voltou a superar os R$ 5. Os agentes ainda repercutem as condições de cumprimento da nova regra fiscal brasileira, apresentada ontem ao Congresso Nacional.
Às 9h50, a moeda norte-americana caía 0,49%, cotada a R$ 5,0612. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar fechou em forte alta de 2,21%, cotado a R$ 5,0860. Com o resultado, a moeda passou a acumular:
Ganhos de 3,48% na semana e de 0,33% no mês;
No ano, no entanto, ainda acumula perdas de 3,64%.
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O que está mexendo com os mercados?
Ainda pairam dúvidas entre especialistas se o governo terá condições de cumprir as regras estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal. O mercado desconfia da capacidade do ministro Fernando Haddad aprovar medidas que elevem a arrecadação, um pressuposto para o cumprimento das metas.
“O principal problema do arcabouço, a meu ver, não é seu desenho, que nem acho muito ruim. É compatibilizá-lo com compromissos do governo, que em qualquer política pública anunciada promete expansão de gastos”, escreveu o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont.
“Se você está cético quanto a capacidade de execução, logo, precisa ter confiança na punição ao descumprimento. (…) Não existe punição e até mesmo alguns mecanismos de controle orçamentário (como os contingenciamentos) estão sendo colocados na sala de espera”, prossegue.
O Ministério da Fazenda anunciou nesta quinta um conjunto com 13 medidas que pretendem estimular o mercado de crédito e impulsionar as Parcerias Público-Privadas (PPPs) em estados e municípios.
Ao final, a equipe econômica espera que o conjunto de medidas, se de fato implementado, amplie o mercado de crédito como um todo, reduzindo custos e taxas de juros, além de estimular investimentos em infraestrutura.
No exterior, atenções estão em discursos de agentes do Federal Reserve (Fed) e divulgações de indicadores nos Estados Unidos, como vendas de residências usadas e de pedidos de auxílio-desemprego.
Os dirigentes têm expressado preocupação com os núcleos da inflação americana, reforçando que o Fed deve aumentar os juros americanos na próxima reunião, no início de maio, e manter o patamar elevado por mais tempo, perseguindo a meta de 2%.
Além disso, resultados corporativos estão no radar para medir a temperatura da economia americana. “Ontem, o resultado do Morgan Stanley fechou o setor de grandes bancos americanos com resultados que bateram estimativas, mas mostrou uma forte contração nos lucros de 19%, impactados por menor atividade no mercado de capitais que afetou o segmento de investment banking”, diz relatório da XP.
Na Europa, também continuam as reavaliações de agentes econômicos sobre o rumo dos juros. Isabel Schnabel, membro do conselho do BCE, disse na quarta-feira que o núcleo da inflação na zona do euro é “persistente” e que todos os preços, exceto energia, estão mostrando “alto ímpeto”.
“Com a agitação no setor bancário diminuindo e a inflação ainda alta, por exemplo no Reino Unido, vemos a política monetária sendo reavaliada novamente”, disse Joost van Leenders, estrategista sênior de investimentos da Van Lanschot Kempen, à agência Reuters.
“Você tem uma inflação persistente e uma expectativa maior para a política monetária, mas também um crescimento menor. E esse é um quadro negativo para as ações e para os lucros.”
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Fonte: Portal G1