Diferença da inflação entre mais pobres e mais ricos deve cair em 2021, diz Ipea | Economia


A inflação para os dois extremos de renda era próxima em 2019, mas disparou no ano passado em função do comportamento dos preços de alimentos – que mais pesam sobre os mais pobres – e de serviços – que pressionam os mais ricos.

Após alta em 2020, saiba como ficarão os preços dos alimentos em 2021
Após alta em 2020, saiba como ficarão os preços dos alimentos em 2021

4 min Após alta em 2020, saiba como ficarão os preços dos alimentos em 2021

Após alta em 2020, saiba como ficarão os preços dos alimentos em 2021

Óleo de soja, tomate e arroz estão entre os alimentos que mais subiram em 2020

No ano passado, os preços de alimentos dispararam, diante da maior demanda em função da pandemia – tanto no mundo, que pressionou os preços de commodities, quanto no Brasil, em função do auxílio emergencial. Por outro lado, o isolamento social afetou os serviços – como viagens e restaurantes, por exemplo -, com maior peso no orçamento dos mais ricos.

Em 2020, a inflação da faixa de renda muito baixa, que abrange famílias com renda mensal domiciliar inferior a R$ 900,00, ficou em 6,2%. Já a taxa de inflação em famílias com renda alta, acima de R$ 9.000,00 mensais, ficou em 2,7%. Em 2020, essas taxas eram muito próximas: 4,4% para a renda muito baixa e 4,2% para a renda alta.

A redução dessa diferença será puxada, por um lado, pela desaceleração da alta de alimentos e, por outro, por ritmo maior em serviços.

“A alta dos alimentos já desacelerou em janeiro e a previsão é que esse movimento continue em fevereiro e ganhe força a partir de abril. Temos uma previsão de safra boa, a oferta já vai estar mais equilibrada e a demanda controlada. Mesmo que o auxílio emergencial volte, o que de alguma forma pressiona os preços de alimentos, será por menos tempo e por um valor menor”, explica a pesquisadora.

A previsão atual do Ipea é que os preços de alimentos avancem 3% em 2021, após expansão de 14,09% em 2020, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Já os preços de serviços tendem a voltar a subir mais para a frente, com o avanço da vacinação e a flexibilização das medidas de isolamento social. Ainda assim, esta alta terá “algumas travas”, como afirma Maria Andreia. “Os preços de aluguéis caíram. Então, mesmo quando a demanda melhorar um pouco para o setor de serviços, o custo do setor não estará tão pressionado. Além disso, o mercado de trabalho continuará muito ruim”, diz.

A desaceleração na alta de alimentos já foi percebida em janeiro, embora o maior impacto para a inflação da baixa renda em janeiro tenha sido a energia elétrica mais barata. Na passagem de dezembro para janeiro, a inflação para a faixa de renda muito baixa desacelerou de 1,58% para 0,21%. Considerando a mesma base de comparação, diminuiu de 1,05% para 0,29% a taxa de inflação em famílias com renda alta.

“A queda do preço de energia trouxe um alívio importante para as famílias mais pobres em janeiro, que inclusive compensou o impacto dos alimentos. A alta de preços de alimentos já desacelerou, mas por enquanto continua forte”, afirma Maria Andreia.

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Fonte: G1