Desmatamento no Cerrado cai 48% em janeiro; aponta estudo


Somente no mês de janeiro a área de desmatamento no Cerrado diminuiu 48%, se comparado com dezembro de 2023, chegando a 51 mil hectares.

Entre os fatores que explicam o cenário estão a efetividade de políticas públicas de combate à degradação do bioma e o volume de chuvas, fator que ajuda a visualizar áreas abertas.

Desmatamento no Cerrado

Desmatamento
Região do Matopiba, que inclui o Maranhão, Tocantins, Piauí e a Bahia, foi a que respondeu pela maioria da taxa de desmatamento do mês passado (64%). Foto: Envato

Este ano foi o registrado o menor nível de desmatamento dos últimos 11 meses, mas registrou um aumento de 10% acima da registrada em janeiro de 2013, época quando o bioma perdeu 46 mil hectares de vegetação nativa.

O SAD Cerrado é responsável por fornecer informações a partir de satélites da Agência Espacial Europeia e serve de ferramenta complementar ao Deter Cerrado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A região do Matopiba, que inclui o Maranhão, Tocantins, Piauí e a Bahia, foi a que respondeu pela maioria da taxa de desmatamento do mês passado (64%). No total, 33 mil hectares do Matopiba foram derrubados.

Tanto o Tocantins quanto o Piauí perderam 10 mil hectares. Portanto, o patamar atingido pelo Tocantins é um ponto fora da curva do padrão consolidado anteriormente, pois a alta no estado foi de 40% em relação a janeiro de 2023, ao contrário do Piauí, que manteve o mesmo nível.

Já outra região que está fora do Matopiba, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, destacaram-se pelo crescimento da vegetação devastada. Juntos, os dois estados registraram 8 mil hectares desmatados, no que resulta em um aumento de 23% ante janeiro de 2023.

Localidades críticas

Cerrado
Desmatamento em unidades de Conservação atingiu 5 mil hectares (9%).

Entretanto, a equipe do SAD Cerrado indicou ainda localidades com cenário crítico, como o munícipio de Cotegipe (BA). A cidade que antes não aparecia entre os maiores desmatadores do bioma, em 2023 liderou a lista de janeiro deste ano, com aproximadamente 2 mil hectares perdidos, um aumento de 224% em relação a dezembro de 2023.

Aproximadamente 99% dos alertas detectados no município foram registrados em áreas com cadastro ambiental rural privado. Outro aspecto frisado pela equipe e que é válido para todo o bioma, é a importância de que haja o mesmo empenho, por parte do governo federal em preservar o Cerrado e a Amazônia.

O relatório também destacou a relação entre a situação fundiária e as taxas de desmatamento. Os vazios fundiários, que são áreas sem posse ou mecanismos de governança definidos, foram a segunda categoria mais desmatada, correspondendo a 11% dos alertas. A categoria chegou a ocupar o primeiro lugar de áreas privadas, com mais de 74% derrubados, sendo aproximadamente 38 mil hectares.

Portanto o desmatamento em unidades de Conservação atingiu 5 mil hectares (9%). Entre as áreas protegidas, as mais afetadas foram localizadas no Matopiba, como o Parque Nacional das Nascentes do Rio Paranaíba e Área de Proteção Ambiental Serra da Ibiapaba, localizada nos estados do Piauí e Ceará.



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