DeFi: três setores de grande potencial


De acordo com dados da Messari, o volume trimestral das Corretoras Descentralizadas (DEXs) no final do segundo trimestre de 2021 foi de R$ 2 trilhões, o maior valor já registrado na história.

No mercado de criptomoedas é muito comum a existência de hype momentâneos em determinadas aplicações, responsáveis por valorizações exponenciais e por quedas expressivas.

Como a grande maioria dos investidores estão pouco inseridos neste mercado, muitas das vezes percebe-se um novo setor apenas quando ele já está no momento de pico.

Porém, as Finanças Descentralizadas (DeFi), em geral, tem se mostrado resilientes, apresentando crescimento constante com o passar do tempo.

Por conta deste cenário, a análise de hoje será focada em comentar três setores conectados com DeFi que poucos investidores estão observando, mas que podem apresentar um crescimento expressivo nos próximos meses e anos.

Metaverso

Não poderia iniciar esta lista sem o setor que os investidores estão mais comentando no momento: o metaverso.

Metaverso é a terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. De modo geral, ele se trata da parte de entretenimento em Blockchain, em que são desenvolvidos desde aplicações em jogos até experiências imersivas.

Atualmente, vemos um crescente volume em plataformas de NFTs (Non-fungible Token que, em tradução livre, significa “Token não-fungível”).

Os NFTs são um código que valida a propriedade digital x ou y. Pode-se resumir que faz menção a um tipo especial de token criptográfico, um código de computador que serve como autenticação de um arquivo, do qual da garantia de que ele é único.

Como podemos ver adiante, esse setor tem movimentado muito capital:

 

 

Como maiores representantes do setor, atualmente temos a criptomoeda Theta (THETA), criada pelo cofundador do YouTube com pretensão de descentralizar e revolucionar todo espaço de streaming, seguida da Tezos (XTZ) e Axie Infinity (AXS).

 

É importante destacar que os gigantes das mídias tradicionais também estão de olho nessa tecnologia. Já vemos parcerias do Tiktok e Audius, por exemplo, confirmando o crescente interesse das empresas de tecnologia na indústria de jogos e mídias sociais.

A líder do streaming de filmes e séries, Netflix, também quer dar seu primeiro passo fora da sua zona de conforto no ano que vem no mundo dos video games.

Qual é a ideia? Além dos conteúdos para assistir, os usuários terão acesso a jogos na plataforma. Pense que, com mais de 200 milhões de assinantes, a empresa já entra no setor com uma audiência enorme. Bobos eles não são…

 

Hoje em dia, o Axie Infinity (AXS) está fazendo bastante sucesso por oferecer um jogo divertido com colecionáveis e também por ser uma forma de ganhar dinheiro jogando.

Uma ótima definição para o projeto é que ele é uma versão de Pokémon 2.0 dentro da tecnologia do Blockchain.

Entre seus principais parceiros temos a BinanceSamsungUbisoft.

Estima-se que o Brasil tenha 95 milhões de gamers. A expectativa é que a indústria mundial dos jogos atinja 300 bilhões de dólares ao final desse ano, o que é mais que as receitas dos setores de música e filmes somadas.

Espera-se que os games continuem movimentando bilhões de dólares internamente —afinal, como sabemos, jogos nunca saem de moda!

 

E, se está pensando que o metaverso é só mais uma agitação momentânea do mercado e que falta muito para ele se tornar realidade, saiba que há outro gigante, muito presente no nosso dia a dia, de olho no setor.

O CEO do Facebook, o tio Zuckzuck (ou Mark Zuckerberg, se quiser formalidade), deu uma entrevista para o podcast The Verge e falou abertamente que está trabalhando para desenvolver a sua própria mistura entre dois mundos.

Segundo ele:

“Podemos encarar o metaverso como a materialização da internet, onde você não está só vendo o conteúdo, você está no conteúdo. E você está presente com outras pessoas, como se estivessem em outro lugar, tendo experiências que você não pode ter em um app ou em um site, como dançar ou fazer exercícios físicos”.

Como o tio Zuck explicou, essa tecnologia não necessariamente depende de realidades virtuais e pode ser acessível por várias plataformas, até mesmo pelo celular ou computador. Sua expectativa é que o Facebook, em cerca de cinco anos, seja antes de tudo, uma empresa de metaverso.

Oráculo

Poucos investidores compreendem a complexidade e a importância do setor de oráculos. Entretanto, para dar uma pequena noção da relevância deste setor, segundo estudos, cerca de 80% das aplicações em Blockchain não seriam viáveis sem o trabalho que eles fazem.

Tanto as DeFi quanto os Price Feeds (preço dos ativos digitais), essa última sendo tecnologia essencial para o funcionamento das Corretoras Descentralizadas (DEXs), são dependentes dos serviços dos oráculos.

Atualmente, como líder de mercado neste setor, temos a Chainlink (LINK), um dos oráculos mais confiáveis, usados e visados pelo mundo on-chain e off-chain. Em seguida, encontram-se os oráculos Universal Market Access (UMA) e WINkLink (WIN).

Caso ocorra o crescimento destes dois setores anteriormente citados, como vem acontecendo desde 2020 de maneira constante, é natural imaginar que o mercado de oráculos também se valorize de forma significativa.

Para entender tudo sobre oráculos e sua importância, recomendamos a leitura deste artigo.

Plataformas de Cross-chain

Por fim, outro setor que começou a se destacar este ano foi o mercado de plataformas de Cross-Chain e Para-Chains.

Atualmente, a maioria das Blockchains não tem conhecimento de informações que possam existir em uma outra Blockchain. Por exemplo, a Blockchain do Bitcoin (BTC) existe de forma totalmente independente da Blockchain do Ethereum (ETH) e vice-versa.

O fato das redes operarem isoladamente tornou, na maioria das vezes, impossível para as pessoas usufruírem de todos os benefícios da tecnologia.

Interconectar Blockchains existentes não é uma tarefa fácil. A interoperabilidade  capacidade de compartilhar informações em diferentes redes, sem restrições — é uma— necessidade crescente e agora a tecnologia está finalmente alcançando seus ideais.

De modo geral, o Cross-Chain faz a interoperabilidade, permitindo a troca de informações e valor. Ao fazer isso, ele quebra a natureza isolada das distintas redes para criar um ecossistema distribuído entrelaçado.

Cross-Chain Transactions with BankDex and Its Difference with Atomic Swap | by BankDex | Medium

Quanto às Para-Chains, o termo faz menção ao mercado de blockchains customizadas e flexíveis, das quais promovem conexões entre múltiplas plataformas. Essa flexibilidade significa que cada Para-Chain pode ter seu próprio design, token e processo de governança.

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A tecnologia acontece dentro do ecossistema Polkadot, nas Redes Polkadot (DOT) e Kusama (KSM).

Ela foi projetada com a crença de que a Internet do futuro terá muitos tipos diferentes de Blockchains trabalhando juntas. Com um caráter “paralelo” a rede principal, o modelo é capaz de paralelizar o processamento de transações, favorecendo muito a escalabilidade da rede.

Quando falamos de escalabilidade, estamos necessariamente pensando em como criar uma rede, com número crescente de transações, que consiga suportar o aumento de demanda, o que no caso do Blockchain, é um desafio a ser vencido.

Alguns setores que requerem tecnologia Cross-chain incluem DeFi e saúde. 

  • No cenário DeFi, a conectividade permite a troca de token entre redes diferentes.
  • Já no setor da saúde, o sistema promove a propriedade de dados, segurança através de criptografia, eficiência e transparência.

De modo geral, como principais projetos de cruzamento de dados entre distintas redes, temos a Polkadot (DOT) e Cosmos (ATOM).

Enquanto Polkadot se concentra na segurança, a prioridade do Cosmos é a interoperabilidade. Além disso, ao contrário da Polkadot, não existem regras fixas para a adesão à rede Cosmos. Qualquer um pode construir uma Zona ou Hub — algo bem diferente das demais redes até o momento.

A Cross-Chain Wanchain (WAN) surgiu de uma bifurcação da Ethereum (ETH) e é outra Blockchain que está ganhando visibilidade por suas soluções inovadoras. A rede se concentra em aspectos diferentes da interoperabilidade das duas anteriores.

Resumidamente, ela pretende construir um super “banco” distribuído baseado na tecnologia do Blockchain, descentralizando o serviço financeiro. Seu foco é em serviços de:

  • Empréstimos
  • Pagamentos e liquidações
  • Transações e trocas
  • Investimento e financiamento

Wanchain

Para finalizar, é importante destacar as operações do protocolo da Kusama (KSM) já iniciaram. Na prática, ela funciona como uma rede de testes para equipes que se preparam para a integração na Polkadot (DOT). Em breve, devemos observar mais Para-Chains na Polkadot, o que deve aquecer este setor.

Tenha em mente: a corrida pela escalabilidade não para de crescer. Para possibilitar a adoção em massa e permitir que a indústria evolua ainda mais, essas plataformas são indispensáveis.





Fonte: R7