Fabricar facas é um ofício muito antigo, que surgiu há milhares de anos e foi evoluindo. Atualmente, a cutelaria é uma arte. Algumas peças têm muita história e podem custar bem caro.
Aos poucos, a temperatura sobe e o metal fica incandescente. Este é o início de uma arte conhecida como cutelaria. Em seguida, as marteladas ajudam a moldar a peça. É um trabalho que exige força e técnica, além de criatividade e paciência.
Cada faca recebe atenção especial. Uma peça simples pode levar dois dias para ficar pronta. Já as mais elaboradas, até duas semanas, dependendo do projeto e dos materiais utilizados.
O cuteleiro Pedro começou a fabricar facas artesanais há 14 anos. Depois que ficou admirado com a qualidade e com o valor das peças, ele montou a própria oficina. Desde então, não parou mais.
Ele faz sozinho todo o processo de fabricação, desde a forja da lâmina, passando pelo cabo e finalizando com detalhes no couro da bainha, e já chegou a vender uma faca por R$ 8 mil. Cada peça é exclusiva e encanta quem aprecia um objeto produzido com tanto capricho e que também oferece um bom corte.
A origem da cutelaria está ligada diretamente ao início da civilização. Em alguns locais, acabou ganhando destaque especial, como na região de Sorocaba (SP), com a história do tropeirismo.
(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 03/10/2021)
Cutelaria atrai interessados na fabricação de facas especiais
No município, há uma peça centenária que foi muito usada pelos tropeiros, principalmente pela praticidade. O objeto servia para abrir caminho no mato, para a defesa pessoal e para ajudar na hora da alimentação.
Quando ainda dava os primeiros passos na cutelaria, Pedro chegou a usar materiais recicláveis para produzir as facas, mas foi evoluindo até chegar ao aço damasco, um composto de vários aços, sendo usado até para a fabricação de peças de colecionadores. Além do metal nobre, os detalhes únicos ajudam na valorização.
A região de Sorocaba conta com muitos profissionais da cutelaria. Um deles é Vladimir, que começou a fabricar facas desde 2010. Uma das características dele é a produção com foco na funcionalidade dos produtos. Então, facas, machados e espadas são feitos para o dia a dia, não só para os colecionadores.
Vladimir vive da cutelaria e chega a fabricar cinco facas de alto padrão por mês. Além do processo de forja, mais tradicional, ele também usa a técnica do desbaste, quando o aço virgem é cortado no formato da peça e passa por um tratamento térmico.
As facas são vendidas de R$ 100 a R$ 5 mil. Vladimir, que atuava na área das artes marciais, se interessou pelo novo ofício quando procurava boas lâminas e acabou se dedicando ao processo de fabricação.
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Fonte: G1