Cultivo de trigo tropical rem rendimento 12% superior em anos secos


Um estudo da Embrapa avaliou a tolerância do trigo ao déficit hídrico que mostrou que cultivar BRS 404 pode representar até sete sacos a mais nos anos de pouca chuva no Brasil Central.

A pesquisa ainda avaliou que o rendimento de trigo tropical das principais cultivares de sequeiro disponíveis no mercado no período de 2019 a 2023.

Rendimento do trigo tropical em anos de seca

Demandas do trigoDemandas do trigo
Colheita de trigo. Foto: Envato

De acordo com o relatório, em média os rendimentos da cultivar BRS 404 foram 12,4% superiores quando comparadas às demais cultivares em uso na região, sendo assim, pode representar até sete sacos a mais por hectare. A variação ficou entre 5% e 23% superior, considerando que a brusone foi limitação somente em 2019, enquanto nos demais anos o déficit hídrico foi o fator limitante.

Na cidade de São Gonçalo do Sapucaí (MG), com apenas 97 mm de chuva da semeadura à colheita, o rendimento de grãos da BRS 404 foi 15,5% superior na comparação com outras sete culltivares.

A região tropical conta com mais de 10 cultivares com sementes disponíveis no mercado para cultivo de trigo no sequeiro.

Avanço do trigo tropical

Tripo tropicalTripo tropical
Um dos desafios para a expansão da triticultura tropical é o desenvolvimento de plantas com tolerância à restrição hídrica. Foto: Envato

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) orienta para o cultivo de trigo em seis estados da região tropical: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia e São Paulo, além do Distrito Federal.

Entre os anos de 2018 a 2023, a área com trigo no Brasil Central cresceu 110,7% enquanto a produção aumentou em 131,5%. Apesar do crescimento da cultura, as produtividades oscilaram bastante ao longo dos anos.

O cenário é devido a variabilidade das condições ambientais, especialmente relacionadas com a disponibilidade hídrica e excesso de calor.

Os estudos também apontam que as mudança climáticas indicam agravamento dos problemas relacionados com irregularidades na distribuição das chuvas e o aumento de estresse hídrico durante o ciclo das culturas, principalmente nas regiões do centro, norte e nordeste do país.

Portanto, nessa situação, um dos desafios para a expansão da triticultura tropical é o desenvolvimento de plantas com tolerância à restrição hídrica.



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