Crescimento do Reino Unido tropeça em fevereiro em meio a perspectiva de aperto no custo de vida


Por David Milliken

LONDRES (Reuters) – A economia do Reino Unido desacelerou mais acentuadamente do que o esperado em fevereiro, refletindo baque na produção de automóveis devido à escassez de componentes, interrupções causadas por tempestades e redução dos gastos com saúde, à medida que as famílias se preparavam para um aperto maior do custo de vida.

O crescimento mensal do Produto Interno Bruto (PIB) foi de apenas 0,1% em fevereiro, em comparação com 0,8% em janeiro, disse o escritório nacional de estatísticas (ONS, na sigla em inglês) nesta segunda-feira, abaixo da previsão de 0,3% feita por economistas em uma pesquisa da Reuters.

“A notícia de que a economia quase não estava crescendo em fevereiro… aumenta o risco de uma contração do PIB nos próximos meses, à medida que o aperto na renda real das famílias se intensifica”, disse Ruth Gregory, economista sênior do Reino Unido da Capital Economics.

A economia do Reino Unido em fevereiro era 1,5% maior do que dois anos antes, pouco antes de o país ser atingido pela pandemia de Covid-19, disse o ONS.

O PIB caiu mais de 9% em 2020, sua maior queda anual desde logo após a Primeira Guerra Mundial, mas se recuperou acentuadamente em 2021 e sofreu apenas um impacto modesto da variante Ômicron do coronavírus em dezembro.

No entanto, os economistas reduziram suas previsões de crescimento para 2022 devido a um aumento na inflação causado pelo salto dos preços de energia e commodities –parcialmente ligado à guerra na Ucrânia– bem como dificuldades contínuas na cadeia de suprimentos desde a pandemia.

No mês passado, o Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR, na sigla em inglês) do governo cortou sua previsão de crescimento em 2022 para 3,8%, de 6,0% em sua previsão anterior em outubro, prevendo que a inflação atingiria 8,7%, seu maior patamar em 40 anos, ainda neste ano.

O aperto na renda disponível das famílias devido à inflação mais alta e ao aumento do imposto sobre a folha de pagamento que entrou em vigor em abril será o maior desde que os registros começaram, em 1956/57, disse o OBR.

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Fonte: Mix Vale