Conteúdo identificado como discurso de ódio no Facebook sobe 389% em 1 ano | Tecnologia


O Facebook divulgou nesta quinta-feira (11) o seu Relatório de Transparência dos Padrões de Comunidade do 4º trimestre de 2020, que revela a quantidade de conteúdos nocivos que foram identificados em suas plataformas no período.

A rede social removeu ou diminuiu o alcance de 26,9 milhões de conteúdos com discurso de ódio ao redor do mundo entre outubro e dezembro de 2020.

O número representa um aumento de 21% em relação ao trimestre anterior e de 389% se comparado com o 4º trimestre de 2019, quando 5,5 milhões de posts foram identificados.

A companhia atribuiu a elevação no total de conteúdo a atualizações de tecnologias de moderação em árabe, espanhol e português. O período entre outubro e dezembro marca também a temporada de eleições nos EUA.

Apesar da alta, a plataforma diz que a prevalência do discurso de ódio, uma estimativa da porcentagem de vezes que as pessoas visualizam um conteúdo que estão fora das regras da rede social, caiu.

Para cada 10 mil visualizações de conteúdo, 7 a 8 delas continham algum material com discurso de ódio, segundo os dados.

No Instagram, aplicativo que também faz parte do Facebook, foram mais 6,6 milhões de conteúdos com discurso de ódio identificados durante o período.

Uso de inteligência artificial

O Facebook disse que a taxa de moderação “proativa”, quando uma inteligência artificial é capaz de rotular a publicação ou comentário antes de alguém fazer uma denúncia, melhorou em “áreas problemáticas”, mais especificamente em bullying e assédio.

A taxa “proativa” nessa categoria passou de 26% no 3º trimestre para 49% no 4º trimestre no Facebook e de 55% para 80% no Instagram, segundo o relatório.

A rede social afirmou que a capacidade de revisão de conteúdo humana ainda é afetada pela pandemia, e que os moderadores focam no que a plataforma considera “conteúdo mais nocivo”, como os sobre suicídio e automutilação.

Durante o 4º trimestre de 2020, o Facebook identificou e tomou alguma ação (como remoção ou redução de alcance), em todo o mundo, em:

  • 26,9 milhões de peças de conteúdo de discurso de ódio (no trimestre anterior foram 22,1 milhões e no mesmo período de 2019 foram 5,5 milhões);
  • 16 milhões de peças de conteúdo violento e gráfico (contra 19,2 milhões no 3º trimestre de 2020 e 34,8 milhões no 4º trimestre de 2019);
  • 5,4 milhões de peças conteúdo de nudez infantil e conteúdo de exploração sexual (contra 12,4 milhões no 3º trimestre de 2020 e 13,3 milhões no 4º trimestre de 2019);
  • 6,3 milhões de conteúdos de bullying e assédio (contra 3,5 milhões no 3º trimestre de 2020 e 2,8 milhões no 4º trimestre de 2019).

O relatório também aponta os números do Instagram:

  • 6,6 milhões de peças de conteúdo de discurso de ódio (comparado com 6,5 milhões no 3º trimestre de 2020 e 645 mil no 4º trimestre de 2019);
  • 5,6 milhões de peças de conteúdo violento e gráfico (4,1 milhões no 3º trimestre de 2020 e 2,3 milhões no 4º trimestre de 2019);
  • 800 mil de peças de nudez infantil e conteúdo de exploração sexual (1 milhão no 3º trimestre de 2020 e 1 milhão no 4º trimestre de 2019);
  • 5 milhões de conteúdos de bullying e assédio (2,6 milhões no 3º trimestre de 2020 e 1,5 milhão no 4º trimestre de 2019);
  • 3,4 milhões de conteúdos de suicídios e automutilação (1,3 milhão no 3º trimestre de 2020 e 1,3 milhão no 4º trimestre de 2019).

A companhia afirmou que planeja compartilhar mais dados no Instagram e adicionar novas categorias de políticas no Facebook em 2021, além de realizar uma auditoria independente em seus sistemas de moderação de conteúdo e para validar os números.

Alguns critérios para a remoção de conteúdo passarão a ser influenciados pelas decisões do comitê de supervisão independente, que anunciou no fim de janeiro o veredito de 5 casos.

É esse o grupo que decidirá se a conta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuará suspensa da plataforma.

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Fonte: G1