Contas do governo tiveram déficit de R$ 73,55 bilhões em junho | Economia


As contas do governo federal registraram um déficit primário de R$ 73,55 bilhões em junho de 2021, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (29) pela Secretaria do Tesouro Nacional.

O saldo negativo (déficit) ocorre quando os gastos do governo superam as receitas com tributos. Ficam de fora desta conta as despesas com o pagamento de juros da dívida pública.

O resultado para o mês foi o segundo pior da série histórica, iniciada em 1997. No período, foi melhor apenas que o de junho de 2020, quando os gastos públicos motivados pela pandemia geraram um déficit de R$ 194,9 bilhões.

De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, o fator que mais contribuiu para o resultado de junho de 2021 foi a antecipação do 13º dos benefícios da Previdência Social.

A despesa correspondente à antecipação totaliza R$ 25,2 bilhões em junho. Com isso, o déficit da Previdência no mês chegou a R$ 55,14 bilhões.

Nesse sentido, o rombo de R$ 73,55 bilhões foi superior ao esperado por analistas do mercado financeiro. Para junho, segundo pesquisa do Ministério da Economia, os economistas projetavam um déficit de R$ 56,9 bilhões.

Em 2020, o Brasil rompeu a barreira dos R$ 5 trilhões de dívida federal em razão dos gastos com a pandemia. Veja no vídeo abaixo:

Dívida pública ultrapassa R$ 5 tri pela primeira vez na história

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No primeiro semestre de 2021, o saldo das contas do governo também foi negativo, de R$ 53,65 bilhões.

No ano passado, o déficit primário do primeiro semestre havia chegado a R$ 417,34 bilhões — o pior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1997.

Porém, até maio de 2021, o resultado acumulado do ano apresentava superávit primário de R$ 19,91 bilhões.

O secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, explicou que o resultado passou a ser deficitário no acumulado do ano devido à antecipação do 13º dos benefícios da Previdência combinada ao pagamento de precatórios, o que geralmente ocorre nos meses de junho.

Os precatórios são dívidas dos governos que foram reconhecidas pela Justiça. O pagamento desses valores, segundo o secretário, representa despesa de R$ 34,5 bilhões em junho.

Entretanto, Bittencourt destacou os resultados recordes da arrecadação federal em 2021. Os valores registrados em fevereiro, março e abril foram os maiores valores para os respectivos meses da série histórica, iniciada em 1995. Em maio, a cifra foi a segunda maior dos últimos 27 anos.

“As receitas cresceram substancialmente e, na realidade, contribuíram para que essa inversão do sinal do resultado primário fosse menor do que potencialmente seria se não tivéssemos tido uma recuperação tão boa da arrecadação”, concluiu.



Fonte:G1