Confiança do empresário tem menor patamar desde setembro, diz CNC | Economia


Esse foi o menor resultado desde setembro de 2020, quando marcou 91,6 pontos, que também havia sido o último mês em que o Icec havia ocupado a zona de insatisfação (abaixo de 100 pontos). Em comparação com abril de 2020, o Icec apontou variação negativa de 20,7%.

Confiança do empresário do comércio — Foto: Economia G1

Em nota, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, explica que o indicador reflete percepções negativas em relação às condições gerais da economia, o que resulta na baixa expectativa de investimentos pelos empresários, apesar da movimentação de recursos na Páscoa e da retomada do auxílio emergencial em abril.

“É preciso destravar os setores paralisados, como o comércio, que foi diretamente impactado pelo lockdown. Para isso, não existe fórmula mágica, a imunização da população precisa andar. Acreditamos que, com maior circulação de pessoas pelas ruas, o cenário de confiança do comerciante possa se modificar no curto e médio prazos”, afirma Tadros, reforçando que a dependência presencial do varejo é muito grande.

Os três componentes do Icec apresentaram queda pela terceira vez seguida. O índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio caiu 9,6%, enquanto as expectativas do empresário do comércio caíram 6,2% e as intenções de investimentos recuaram 4,1%.

O aumento das dificuldades de equilíbrio entre oferta e demanda também chamaram a atenção no que diz respeito ao nível de estoques. Em abril de 2020, cerca de 61,2% dos empresários consideravam que os estoques estavam em um volume compatível. Em abril deste ano, o número caiu para 56,7%, o que, segundo a CNC, demonstra que há incertezas e dificuldades para fazer o ajuste do volume de produtos da empresa com o mercado.

O economista da CNC responsável pela pesquisa, Antonio Everton, aponta também que o cenário é ainda mais complexo e cita outros motivos que podem contextualizar a percepção do comerciante: “Há problemas para conseguir repassar aumento de custos para os preços finais, quando se há famílias mais endividadas. Além disso, o crédito está mais caro, há incertezas políticas, demora com reformas do Estado, dólar alto e consumidores cautelosos quanto a extrapolar gastos.”



Fonte: G1