Confiança do consumidor sobe em abril e recupera parte do tombo de março | Economia


O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 4,3 pontos em abril, para 72,5 pontos recuperando 44% da queda sofrida no mês anterior, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Confiança do consumidor sobe em abril e recupera parte do tombo de março; na foto, comércio no Centro de Santos (SP). — Foto: Matheus Tagé/Jornal A Tribuna

De acordo com a coordenadora das sondagens, Viviane Seda Bittencourt, a recuperação ocorreu em meio à redução do pessimismo sobre os próximos meses, mas ainda precisa ser avaliada com cautela.

Confiança do consumidor – abril/21 — Foto: Economia G1

“A melhora foi influenciada pela diminuição do pessimismo das famílias em relação aos próximos meses mas sem nenhuma percepção de recuperação da situação atual dado o cenário de agravamento da pandemia e dificuldades enfrentadas pelas famílias. O comportamento cauteloso dos consumidores vêm sendo mantido em relação aos gastos, fato justificado por fatores econômicos como: renda, emprego e aumento dos níveis de endividamento, mas também psicológicos, relacionadas à incerteza em relação à saúde e a necessidade de isolamento social”, disse.

Em médias móveis trimestrais, porém, o índice continua em tendência negativa ao cair 1,1 ponto.

No mês, o Índice de Situação Atual subiu 0,5 ponto, para 64,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) avançou 6,7 pontos, para 79,2 pontos.

O Brasil possui o segundo maior número de mortes por Covid-19 no mundo, abaixo apenas dos Estados Unidos, além da terceira maior contagem de casos confirmados de coronavírus, atrás dos EUA e da Índia.

Confiança do comércio recupera mais da metade da queda

A FGV divulgou também que o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) subiu 11,6 pontos em abril, ao passar de 72,5 para 84,1 pontos, recuperando mais da metade da queda de março. Em médias móveis trimestrais, o indicador caiu 2,2 pontos, mantendo a tendência de queda pelo sexto mês seguido.

O coordenador da Sondagem, Rodolpho Tobler, destacou que o nível dos indicadores sobre o momento presente ainda estão baixos e indicam que a demanda no mês continuou fraca.

“Pelo lado das expectativas o nível do indicador é um pouco mais alto, mas a interpretação é de redução no pessimismo. Os números negativos da pandemia, as medidas restritivas de circulação e funcionamento e a baixa confiança dos consumidores sugerem que esse cenário só deve mudar quando aparecem os efeitos positivos do programa de vacinação”, avaliou.

Em abril, a confiança melhorou em todos os seis principais segmentos do Comércio e nos dois horizontes temporais. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 5,7 pontos, para 81,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) aumentou 17,1 pontos para 87,3 pontos. Em ambos os casos, as altas não compensam totalmente a queda de março (-10,6 e -25,7 pontos, respectivamente).

“De forma geral a melhora, ainda que discreta se considerado o tombo do mês anterior, se deu nas expectativas para os próximos meses onde deve ter influenciado a perspectiva de mais vacinas e do auxílio emergencial”, avaliou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.



Fonte: G1