Conab aumenta previsão para safra de grãos, mesmo com todos os problemas climáticos | Jornal Nacional


As máquinas avançam pelas lavouras para colher uma safra de 270 milhões de toneladas de grãos, mais de 14 milhões de toneladas em comparação ao ano passado.

A soja, nosso principal produto de exportação, deve registrar uma colheita de 123 milhões de toneladas, queda de 10,4%, puxada pela baixa produção nos estados do Sul.

“A gente teve uma estiagem muito forte no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Então é quase uma perda de 20 milhões de toneladas no principal grão produzido pelo país”, explica Leonardo Machado, coordenador do Instituto de Fortalecimento da Agropecuária/GO.

Em Mato Grosso e no Paraná, maiores produtores do cereal, as perspectivas são boas. Já Minas, Bahia, São Paulo e Goiás sofrem com a falta de chuva, e bem na fase de enchimento dos grãos, que formam a espiga.

“A planta está soltando pendão, entrando no período reprodutivo, e pela falta de chuva, ela não cresceu no vegetativo, e agora a tendência é menos chuva ainda”, lamenta o produtor rural Fábio Zandonai.

Ainda assim, a Conab estima que a produção de milho vai ser 31% maior que a do ano passado, quando a colheita foi muito ruim por causa da seca severa.

“O milho é um dos principais fatores que a gente tem que observar, porque o impacto deles sobre ovos, leites e carnes é muito grande”, afirma o diretor de Política Agrícola da Conab, Sérgio de Zen.

Outra cultura prejudicada pela seca é o arroz. O que pode surpreender positivamente este ano é o feijão da segunda safra e o trigo, que vai ter aumento na área plantada.

“Caso esse número projetado pela Conab se consolide, vai ser uma safra boa; mais que uma safra boa, vai ser uma safra recorde. Então, nunca o Brasil conseguiu colher 270 milhões de toneladas de grãos em uma única safra”, diz Felippe Serigati, pesquisador da FGV/Agro.

O que a doméstica Jandira Souza quer são preços mais baixos nas gôndolas dos supermercados. Nesta quinta-feira (12) ela veio, pesquisou e não levou nada.

“Só estou comprando mesmo é o alimento: é o arroz, feijão; quando está na promoção. Salário está pouco, a gente ganha pouco. Então, não dá nem para comer”, afirma.



Fonte:G1