Com maquinários paralisados, funcionários da JBS nos EUA têm que cortar carnes manualmente após ataque hacker, diz agência | Agronegócios


Funcionários da JBS no Texas, Estados Unidos, tiveram que voltar a usar a faca no trabalho, diz a agência de notícias Bloomberg. A implementação do trabalho manual ocorreu depois da empresa sofrer um ataque cibernético, na última segunda-feira (31), que paralisou as operações no país, no Canadá e na Austrália.

Em nota à agência, o CEO da empresa nos EUA, André Nogueira, disse que a JBS e a Pilgrim’s Pride “continuam a fazer progressos significativos na restauração de nossos sistemas de TI e no retorno aos negócios normalmente”.

Com o trabalho retornando sem todas as máquinas prontas para isso, os funcionários estão realizando processos que vão desde afiar facas até o controle de velocidade da linha de produção, relataram colaboradores da unidade no Texas.

Para eles, com a operação manual, o trabalho logístico, como empacotamento e contabilidade do gado, se torna um desafio.

Este tipo de função deve se manter nestes dias iniciais após o ataque, até que se tenha certeza de que todas as máquinas estão funcionando corretamente, declarou Wendell Young, chefe do sindicato local United Food and Commercial Workers (UCFW), que representa 1.500 membros frigorífico da JBS.

Além do trabalho diferente, os funcionários estão preocupados se os seus dados pessoais foram ou não comprometidos pelo ataque. A empresa afirma não ter conhecimento de nenhuma evidência de que dados de clientes, fornecedores ou trabalhadores tenham vazado.

Em Omaha, cidade de Nebraska, alguns colaboradores voltaram na quarta-feira, enquanto outros nesta quinta-feira (03). Para eles, não está claro como serão as operações.

“Tudo é controlado pelos computadores. Se eles não podem acessá-los, eles não podem executar”, declarou Eric Reeder, presidente da UCFW em Omaha.

Todos os sistemas de TI foram suspensos na segunda-feira assim que um ataque foi detectado. Segundo a empresa, os criminosos teriam usado um ransomware, vírus que sequestra o acesso ao computador da vítima, que só é devolvido depois de um pagamento.

A JBS afirma que seus servidores de backup não foram hackeados.

Esses sistemas são essenciais em fábricas de processamento de carne, pois os computadores são usados em vários estágios da produção, incluindo faturamento e envio.

Na noite de terça, a JBS informou que os sistemas já estavam voltando a funcionar e que os frigoríficos dos países afetados estavam retomando a produção.

O G1 entrou em contato com a JBS e, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.

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Fonte: G1