CNC estima impacto de R$ 12,75 bilhões no varejo com nova rodada de auxílio emergencial | Economia


O cálculo foi feito pelo economista sênior Fabio Bentes e considera que a influência dos novos desembolsos será menor este ano não apenas em função dos valores menores do benefício, como também pelo maior endividamento das famílias.

“Em termos absolutos, não há dúvida que o impacto será menor, já que foram mais de R$ 300 bilhões no ano passado e agora são R$ 45 bilhões. Mas mesmo em termos relativos, a tendência é de um impacto menor”, afirma Bentes.

Ele destaca que o comprometimento da renda das famílias vem aumentando no primeiro trimestre, já sem o pagamento de auxílios emergenciais. “E isso vai fazer com que a decisão das famílias em termos da alocação desses recursos acabe se direcionando para outros gastos, como quitação e abatimento de dívidas, em vez de colocar os recursos no comércio”, explica.

VÍDEO: Auxílio Emergencial 2021 - entenda as regras da nova rodada

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O Auxílio Emergencial – que era de R$ 600 inicialmente e depois caiu para R$ 300 no fim de 2020 para a maior parte das famílias – agora será pago em três valores: R$ 150, R$ 250 e R$ 375, de acordo com o perfil da família.

O levantamento da CNC estima que, em 2020, R$ 293,11 bilhões dos R$ 322 bilhões disponibilizados pelo governo foram efetivamente sacados pelos brasileiros. Desse total, 35,4% (R$ 103,8 bilhões) dos recursos se destinaram ao consumo no varejo. O montante restante foi usado no setor de serviços, no pagamento de dívidas ou ainda poupado para o período após o fim do programa, segundo avaliação da pesquisa.

Com o maior endividamento das famílias, a CNC estima que o percentual destinado ao varejo será menor este ano, de 31,2%, o que corresponde aos R$ 12,75 bilhões. “Ou seja, o impacto mensal sobre o varejo em 2021, embora positivo, deverá ser cerca de 8 vezes menor do que em 2020”, diz Bentes.

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Fonte: G1