Clima compromete produtividade de cana no noroeste paulista | Nosso Campo


Tempo aberto com o sol brilhando forte na maioria dos dias. Já a chuva está difícil de aparecer. Para os produtores de cana, essa seca é motivo de preocupação. José Luiz Pagato, que está no ramo há mais de 20 anos, diz que o cenário está bem longe do ideal.

Ele explica que, para um bom desenvolvimento da cana, é preciso que chova com regularidade, como no ano passado, que, com a chuva, teve uma boa safra. Em 80 hectares plantados, a produção fechou em sete mil toneladas. Realidade diferente neste ano.

A propriedade de José Luiz fica em Olímpia (SP), no noroeste de São Paulo. Para essa safra, ele se preparou, inclusive aumentou a área plantada, hoje com 100 hectares. Mas essa situação toda da chuva vai ter reflexos em agosto, quando começa a colheita e vai ter quebra de safra. Do canavial, devem sair 6.500 toneladas de cana de açúcar.

O produtor explica que essa quebra de produtividade atrapalha muito a cadeia inteira de produção, impactando diretamente a indústria.

(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 16/05/2021)

Clima compromete produtividade de cana no noroeste paulista

Clima compromete produtividade de cana no noroeste paulista

O representante da Associação dos Produtores de Cana de Olímpia (Olicana) e de mais cinco municípios da região, Luiz Carlos, diz que, ao todo, são 120 associados enfrentando a mesma situação.

Ele comenta que a diminuição da produtividade por hectare resulta em um lucro menor. Com os custos mais altos, o produtor pode ficar no prejuízo. A safra 2021/2022 começou agora em abril e segue até março do ano que vem.

Na propriedade de Fábio Miguel em Floreal (SP), as máquinas têm trabalhado dia e noite. São seis mil hectares produzindo. No ano passado, foram colhidas 410 toneladas de cana. Para esse ano, a redução deve ser de 10%. Ele já está preocupado com o próximo plantio. Se a seca continuar, mais problemas pela frente.

A safra 21/22 começou mais retraída que a anterior, com queda de 30% nas usinas. Esses números são da União da Indústria de Cana de Açúcar. A justificativa é que, nesse ano, menos usinas começaram a trabalhar mais cedo.

Everton Campanezzi é gerente de uma usina de açúcar e álcool que tem sete unidades no Brasil. A produção segue a todo vapor.

A safra passada foi a melhor que eles tiveram. Foram processadas quase 30 milhões de toneladas de cana de açúcar. Para esse ano, esse número deve cair para 20 milhões de toneladas, mas ainda segue em um patamar bom.

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Fonte: G1