Pequim classificou de “inventadas” as acusações da Microsoft, que disse ter detectado ataques cibernéticos originados principalmente da China.
A empresa afirmou que grupos da Rússia, da China e do Irã tentaram invadir contas de pessoas e organizações envolvidas nas campanhas, mas que não foram bem-sucedidos.
“Não temos qualquer desejo de interferir, e nunca fizemos isso”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.
“A Microsoft não deveria inventar fatos, nem usar a China para criar polêmica”, continuou Zhao Lijian.
“Por muito tempo, o governo e as empresas dos EUA violaram as leis internacionais” para “realizar roubos cibernéticos, vigilância e ataques” contra governos, empresas e indivíduos estrangeiros, criticou o porta-voz, acrescentando que “os Estados Unidos são o verdadeiro império da pirataria, do grampo telefônico e da espionagem”.
As tentativas malsucedidas de hackers de origem chinesa teriam como alvo direto figuras políticas, como o candidato democrata Joe Biden e uma pessoa “anteriormente associada” ao governo do presidente Donald Trump.
Um grupo chinês chamado Zirconium teria operado dessa maneira quase 150 vezes entre março e setembro de 2020.
Neste ano eleitoral nos EUA, Facebook e Twitter disseram ter intensificado seus esforços para proteger suas plataformas de campanhas de manipulação e de desinformação – em especial, segundo eles, as estrangeiras.
Na mesma direção, o Irã classificou de “absurdas” as acusações da Microsoft de que hackers iranianos têm a campanha presidencial dos Estados Unidos como alvo.
“Os Estados Unidos, que há décadas se intrometem nas eleições em outros países, como o Irã, não estão habilitados para dar declarações tão absurdas”, disse o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Saeed Jatibzadeh, citado pela agência oficial de notícias Irna.
De acordo com a Microsoft, incursões do Irã afetaram contas individuais de pessoas em torno da campanha do atual presidente, o republicano Donald Trump.
“Para Teerã, pouco importa quem está na Casa Branca. O que conta é o compromisso de Washington com respeitar os direitos, normas e padrões internacionais e não se intrometer nos assuntos dos outros”, disse Jatibzadeh.
Autoridades iranianas declararam várias vezes que não são a favor de nenhum candidato na eleição presidencial em curso nos Estados Unidos.
Como funciona a eleição presidencial nos Estados Unidos
Fonte: G1