Cepal: transferência de renda é crucial para evitar salto da pobreza – Notícias





Secretária-geral da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), Alicia Bárcena defendeu nesta quinta-feira (14) a ideia de que os países da América Latina e do Caribe devem manter programas emergenciais de transferência de renda, a fim de que a pobreza e a pobreza extrema não aumentem “ainda mais” diante do choque da Covid-19.


“Sem saúde, não haverá recuperação econômica sustentável”, sustentou ela em evento com a diretora da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), Carissa Etienne, para o lançamento de um relatório feito pelas duas entidades sobre o impacto da Covid-19 na saúde, na economia e na sociedade.


Bárcena enfatizou a importância de acelerar a vacinação e de superar o quadro de falências iniciais causadas pela pandemia. Ela ressaltou o papel “essencial do Estado” nesse contexto, como, por exemplo, na compra de vacinas e na organização de respostas na saúde e na economia.


A entidade defende a adoção, pelo Estado, de políticas fiscais expansivas no contexto atual, aumentando o investimento público para avançar na recuperação. A Cepal também ressaltou o peso desproporcional sobre as mulheres nesse contexto. A entidade afirmou que em 2020 houve, na América Latina e no Caribe, um retrocesso de 18 anos na participação das mulheres na força de trabalho, com muitas delas sobrecarregadas com as tarefas da casa e da criação dos filhos.


“A crise social não mostra sinais de recuperação na América Latina”, reforçou Bárcena, com a manutenção de níveis elevados de “pobreza, pobreza extrema e desigualdade”. Ela destacou ainda as fragilidades dos sistemas de saúde da região, que estariam fragmentados, segmentados e com “subfinanciamento crônico”.


A diretora da Opas, por sua vez, ressaltou as “fragilidades sistêmicas” na saúde e a importância de haver não apenas equipamentos, mas também pessoal qualificado para cuidar de doentes.


Carissa Etienne traçou alguns cenários possíveis na pandemia e alertou sobre o risco de que, mesmo com os avanços na vacinação, ainda ocorram novos surtos da doença se as regras de saúde e higiene eficazes na prevenção de casos de Covid-19 não forem seguidas.



Fonte: R7