Captação dos fundos de investimento despenca 97% no 1º semestre, diz Anbima | Economia

A captação líquida dos fundos de investimento no semestre despencou 97,1% na comparação com o primeiro semestre de 2021, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A captação do semestre, ou seja, a diferença entre aportes e resgates, foi de R$ 8 bilhões. Foi o terceiro valor mais baixo para um primeiro semestre desde 2002, início da série histórica da Associação. No mesmo período do ano passado, a captação do semestre foi de R$ 272,5 bilhões.

“É um resultado do aumento da taxa de juros e da atratividade maior dos investimentos isentos, como LCIs, LCAs, em relação aos fundos. É um reflexo da aversão ao risco”, explicou o vice-presidente da Anbima, Pedro Rudge, durante coletiva nesta quarta (6).

O resultado ainda positivo nos 6 primeiros meses do ano foi puxado pelos fundos de renda fixa, que acumularam R$ 88,8 milhões. Com o aumento da taxa de juros e o risco de recessão dominando os mercados, esse investimento mais conservador despontou. Já os fundos de ações e multimercados tiveram uma saída líquidade R$ 111,3 bilhões, com a baixa que a bolsa atravessa.

Os fundos de previdência tiveram saída de R$ 1,1 bilhão.

Os clientes do varejo tradicional (geralmente, com renda abaixo de R$ 1 milhão) foram os que mais retiraram dinheiro dos fundos: R$ 39,8 milhões.

Fundos que investem no exterior tiveram queda de R$ 30 bilhões entre dezembro de 2021 e junho de 2022, como reflexo da queda dos mercados internacionais e da desvalorização do dólar no ano, segundo Giuliano de Marchi, diretor da Anbima.

A desvalorização das criptomoedas também se refletiu na queda do patrimônio líquido de investimentos em digitais, de R$ 5,1 bilhões no fim do ano passado para R$ 4,7 bilhões no meio deste ano.

Fonte: Portal G1