Calma no exterior propicia primeira queda do dólar em 2022 – Notícias



O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (6), voltando a ficar abaixo de R$ 5,70, com investidores aproveitando o dia mais calmo no exterior para devolver parte das recentes altas da moeda americana.


A cotação chegou a subir mais cedo, oscilando entre altas e baixas ao longo do dia, mas na reta final consolidou o enfraquecimento, com o real beneficiado pela recuperação de algumas divisas emergentes e pela estabilização dos ânimos em Wall Street depois do tombo da véspera, causado pela sinalização do Fed (banco central americano) para o risco de aperto mais acelerado na liquidez.


O dólar à vista caiu 0,57% nesta quinta-feira, a R$ 5,6802 na venda, depois de variar entre R$ 5,726 (+0,23%) e R$ 5,6707 (-0,74%). A divisa acumulou alta de 2,50% nos três primeiros pregões do novo ano.



Na B3, às 17h23, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,37%, a R$ 5,7135.


Ainda assim, o dólar segue acima de suas três principais médias móveis, de 50, 100 e 200 dias, o que é visto na análise técnica como sinal de valorização para a moeda.


As preocupações sobre os rumos das contas públicas domésticas neste ano eleitoral voltaram a tirar o sono do mercado e influenciaram a série de três altas do dólar neste começo de janeiro. “Em 2022, seguimos vendo a incerteza pesando sobre o real, especialmente em meio ao processo eleitoral. Diante disso, mantivemos nossa expectativa de taxa de câmbio de R$ 5,70 para o fim de 2022”, disse a XP em cenário macro.


Mas, pelo menos nesta sexta-feira (7), é o exterior que tende a de novo dar a tônica dos movimentos do câmbio, com a divulgação de dados de dezembro sobre a geração líquida de postos de trabalho nos EUA.


Os números podem oferecer pistas adicionais sobre se o Fed deverá de fato antecipar alta de juros e até mesmo começar a reduzir seu balanço patrimonial, uma novidade que foi sinalizada na véspera e que chacoalhou os mercados globais.


O potencial enxugamento de liquidez pelo Fed representa um desafio adicional para a classe de ativos emergentes (da qual faz parte o real), que costuma sofrer em situações assim devido ao risco de fuga de capital para os EUA, onde a rentabilidade dos títulos ficaria maior com a alta de juros, pano de fundo que daria suporte ao dólar.



Fonte: R7