Calendário da feira: outubro tem acerola, mamão, cebola, berinjela e muito mais | Agro a indústria-riqueza do Brasil


O mês de outubro tem uma boa variedade de frutas que irão aproveitar o clima mais quente, como a acerola, o mamão, a laranja e o abacaxi.

Já dentre os legumes, têm a cebola, a berinjela, a beterraba, brócolis, pepino e mais.

Na série Calendário da Feira, iniciada em julho, o g1 mostra, todo mês, quais alimentos estão na safra e, por isso, podem ficar mais em conta.

Calendário da feira: veja as frutas que estão em safra — Foto: Arte/G1

Calendário da feira: veja os legumes que estão em safra — Foto: Foto: Arte/G1

Acerola — Foto: Valdiney Pimenta on Visualhunt.com

Considerada a segunda maior fonte de vitamina C, a acerola é produzida o ano inteiro no Nordeste, devido ao clima quente, mas o auge de sua safra é entre setembro e outubro, quando começa a esquentar nas demais regiões, impulsionando a oferta, explica o pesquisador Flávio França Souza da Empresa Brasileira de Pesquisa (Embrapa) Semiárido.

A expectativa para este ano é de uma boa safra, pois o principal polo produtor, Pernambuco, teve bons níveis de chuva, dentro da normalidade. Além disso, parte das lavouras é irrigada. Para a professora Rosimar Santos, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), esta oferta pode gerar um preço bom, mas dentro da média.

  • Auge da safra: entre setembro e outubro.
  • Como comprar: prefira as acerolas mais vermelhas, de casca lisa. Opte por as unidades mais pesadas.
  • Como conservar: por ser um fruto que não tem durabilidade alta, armazene na geladeira. Se o consumo não for dentro de três dias, congele a fruta ou a polpa.

Mamão — Foto: Amanda Lins/Unsplash

Em outubro começa o período do mamão, apesar de seu auge ser apenas entre dezembro e fevereiro. A fruta está com um aumento dos preços, segundo Marcela Barberi, analista de mercado de mamão do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Esta alta é motivada pela diminuição da área de plantio, pois as roças mais velhas não estão ofertando e, desde o ano passado, houve uma restrição de novas áreas da variedade formosa, devido aos preços baixos e à pouca disponibilidade de sementes.

A disponibilidade pode ficar limitada ainda, pois os produtores estão cautelosos e com receio de que a elevação dos preços travem o mercado no período, comenta a analista. Já a produtividade pode ser afetada por causa da presença de ácaros nos plantios, atraídos pelas altas temperaturas, e de manchas fisiológicas, que devem melhorar no próximo mês.

  • Auge da safra: entre dezembro e fevereiro.
  • Como comprar: a fruta deve estar firme, sem manchas, rachaduras ou picadas de insetos. A casca deve estar mais amarela do que verde, recomenda a Ceasa Minas.
  • Como conservar: quando maduro, o mamão pode ser conservado na geladeira por uma semana.

Cebola — Foto: ER’s Eyes – Our planet is beautiful. on VisualHunt.com

Com um consumo per capita anual de 6 kg no Brasil, a cebola tem passado por uma queda de preços nos últimos meses, a variação mensal em setembro foi de -7,51%, por exemplo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse declínio acontece pela alta oferta do produto, informa o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace), Rafael Corsino.

De acordo com Corsino, esta disponibilidade foi impulsionada pelo encontro das produções de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e do Nordeste. Ele diz que o tempo seco foi favorável para a boa produtividade.

A oferta é tamanha que parte da produção não foi escoada para os supermercados e perdeu qualidade nos galpões, diminuindo a remuneração do produtor.

Para outubro, o presidente da Anace espera que esta quantidade caia, pois as lavouras de São Paulo, Minas Gerais e Goiás começam a diminuir a produção e a encerrá-la.

  • Auge da safra: entre julho e setembro.
  • Como comprar: escolha as cebolas que estão com a casca. As capas as ajudam a ficar protegidas e aumentam sua durabilidade.
  • Como conservar: mantenha ela em um lugar arejado, não a deixe em lugares quentes e evite a geladeira, pois a umidade incentiva a brotação.

Berinjela — Foto: Esteban Cavrico on VisualHunt.com

A berinjela é uma cultura que produz mais fácil no inverno desde que não haja geada ou temperaturas excessivamente baixas, segundo os especialistas Fabiane Mendes e Gabriel de Almeida da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP).

No verão, há a possibilidade de muitas doenças nos plantios, prejudicando a qualidade do produto. Ainda assim, a oferta de berinjela é estável durante o ano todo.

Apesar de setembro ser o mês em que o legume teria seus preços mais baixos, as geadas afetaram a produção, deixando mais caro. Contudo, espera-se que em outubro o volume ofertado já aumente, tornando o legume mais em conta.

  • Auge da safra: setembro.
  • Como comprar: observe se ela apresenta casca lisa e brilhante, sem furos e textura firme. Evite as que estão murchas, sem brilho, amassadas ou com furos, pois estes são indícios de pragas no interior.
  • Como conservar: fora da geladeira dura cerca de 2 dias em lugar arejado. Dentro da geladeira, na gaveta de verduras, deve ficar guardada o menor tempo possível, pois pode ficar murcha e amargar com mais de 3 dias.

Por que consumir alimentos da safra?

Corpo precisa de nutrientes e vitaminas encontrados principalmente em alimentos como frutas, legumes e verduras. — Foto: Divulgação

Com a modernização das técnicas agrícolas, hoje já é possível encontrar uma grande variedade de frutas, legumes e verduras o ano inteiro nos mercados e nas feiras.

Porém, consumir produtos de época pode ser uma opção mais barata e saudável.

Com o crescimento da oferta nos períodos de safra, a tendência é os preços caírem. Mas isso nem sempre é uma regra. Como a produção de hortaliças depende muito de fatores climáticos, qualquer mudança muito intensa na temperatura, por exemplo, pode impactar a oferta.

Além disso, o consumo de alimentos de época tende a ser mais saudável, pelo menor uso de agrotóxicos em seu cultivo.

“Para terem um bom desenvolvimento fora do seu ciclo natural de produção, é necessário uma intervenção mais intensa de químicos durante o preparo do solo, por exemplo”, ressalta Lígia dos Santos, do São Camilo.

Outra razão é que quando estão em seu ciclo natural de produção, sem a necessidade de tanto uso de agrotóxico, os alimentos ficam com o seu sabor natural mais acentuado.

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Fonte: G1