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A aversão ao risco global ‘deu à luz’ a taxas de juros em decolagem, o que vem derrubando, nessa terça-feira (28), as bolsas mundiais, que refletem projeções negativas de consultorias quanto à desaceleração econômica da China, a segunda maior economia mundial, só menor, por enquanto, que a dos Estados Unidos. Enquanto o Goldman Sachs observa o PIB chinês encolher de 8,2% para 7,8%, o Nomura é mais conservador, ao apontar queda de 8,2% para 7,7%, neste ano.

Mais nitidez – Já na ‘terra de Tio Sam’, o mercado busca uma posição mais nítida da parte do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, no que toca ao ritmo de retirada do estímulo de US$ 120 bilhões injetados, todos os meses, na economia ianque, prática nascida na pandemia e mantida até agora. Se depender do seu presidente, Jerome Powell, a suspensão da mesada bilionária ‘deverá ser lenta’. Segundo ele, no momento, a prioridade é fazer ‘convergir’ a inflação do país à meta inflacionária, de 2% este ano. Enquanto isso não acontecer, portanto, o apoio será mantido.

Foco na inflação – Na véspera (28), Powell teria admitido que a inflação ianque está elevada e ‘deverá continuar assim nos próximos meses, antes de ficar moderada’, uma vez que, segundo ele, quando a “economia começa a reabrir, os gastos são retomados, seguido de maior pressão sobre os preços, também devido a gargalos em alguns setores”.

Crise de oferta – Além da volatilidade decorrente da expectativa, seja na China ou nos EUA, o fato é que o mundo vive hoje uma crise de oferta, sobretudo em relação ao comportamento do mercado de commodities, que vivem hoje um rali sem hora para acabar. Isso ocorre com o barril de petróleo brent, negociado acima de US$ 80, devido à maior demanda que oferta, esgotamento rápido dos estoques, ou seja, preços sempre ‘aquecidos’. Em consequência, a cotação de referência internacional atingiu o maior nível desde outubro de 2018.

Minério esfria – Viés contrário apresenta o minério de ferro, que voltou a cair – após cinco altas consecutivas – por conta de cortes de energia aplicados pelo governo de Pequim, que pretende reduzir, aos ‘níveis recordes’ de 2020, a produção siderúrgica local, medida que vem ‘esfriando’ a demanda pela commodity, cujo preço voltou ao patamar de US$ 120. Refletindo a tendência negativa, os futuros em Singapura tiveram queda de 7,4%, o que eliminou os ganhos auferidos na sessão da véspera. Como é a maior produtora mundial de aço, qualquer mudança operada pela China no setor tem impacto mundial.

Ralis alternativos – Ralis semelhantes também ocorrem, no momento, na Europa, protagonizados pelos segmentos de gás natural, licenças de carbono e eletricidade, que alcançaram novas máximas hoje (28), sem dar qualquer sinal de ‘desaceleração’.

Powell fala – Na agenda internacional, destaque para os discursos da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e de Jerome Powell, no Senado americano, o mesmo valendo para a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, durante o fórum da instituição.

Selic ao céu – No país, a terça terá a divulgação, pelo Banco Central (BC), da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que previa o aumento de ponto percentual na taxa Selic, agora a 6,25% ao ano, com viés de manter, ‘sine die’ (por tempo indeterminado), o reajuste nessa magnitude, o que chamou de ‘terreno contracionista’.

Reforma anda? – No Congresso, a expectativa é quanto ao próximo avanço da ‘acidentada’ reforma do Imposto de Renda, após a aprovação, nessa segunda (27) do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN), que estabelece as bases para o bolsonarista Auxílio Brasil, em lugar do petista Bolsa Família.

Supremo manda – No entanto, a tramitação do PLN – que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) –  ainda não foi concluída, como também aguarda votação no Senado. Entre as determinações do Judiciário, a de que “o presidente Bolsonaro fixe o valor do benefício descrito, em lei, no projeto de Renda Básica de Cidadania, assim como cumpra a diretriz de unificação dos programas sociais de combate à pobreza e extrema pobreza”.

Shutdown de Biden – Também no visor do mercado, o risco de shutdown (redução drástica), do funcionamento dos   serviços governamentais, medida anunciada, na semana passada, pelo presidente Joe Biden, tendo em vista o ‘respeito ao teto de gastos’, de lá. Mas na prática, republicanos (ou seja, a oposição) barraram projeto do governo que infringia justamente a regra de ouro, lá.

Contagem regressiva – Na verdade, o Executivo ianque tem até a próxima quinta-feira (30) para aprovar um novo orçamento no Congresso, sem o qual a ‘máquina pública’ pode parar. No mesmo dia, a Câmara dos EUA vota projeto de infraestrutura bipartidário, no valor de US$ 1 trilhão.

Ásia mista – Na sessão dessa terçam (28), as bolsas asiáticas apresentam desempenhos mistos, com o índice Hang Seng, de Hong Kong, avançando 1,2%; o chinês Shanghai composto subindo 0,54%; o Kospi sul-coreano recuando 1,14% e o Nikkei japonês caindo 1,19%.

Europa cai – No velho continente, o índice Stoxx – composto pelas 600 ações das maiores empresas de 17 segmentos econômicos da região – perdeu 1,2%, puxado pelas perdas de 3,2% das ações de tecnologia, ao passo que o de petróleo e gás ganhava 0,8%.

Principais indicadores  

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), -0,56%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,95%
*Nasdaq Futuro (EUA), -1,67%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,6%
*Dax (Alemanha), -1,14%
*CAC 40 (França), -1,8%
*FTSE MIB (Itália), -1,17%

Ásia

*Nikkei (Japão), -0,19% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,54% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,2% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -1,14% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, +1,05%, a US$ 76,24 o barril
*Petróleo Brent, +0,83%, a US$ 80,19 o barril
*Bitcoin, -4,2% a US$ 41.791,2
*Sobre o minério: **O minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian registra queda de 2,93%, a 678 iuanes, ou US$ 105
USD/CNY = 6,46



Fonte: R7