Brasil bate recorde na receita com exportações de café em maio


A receita cambial das exportações de café do Brasil atingiu, em maio deste ano, o maior valor mensal já registrado na história, totalizando US$ 1,017 bilhão. O número representa um aumento de 85,9% em relação ao mesmo mês de 2023, conforme dados divulgados nesta terça-feira (11/6) no relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Além do valor histórico, o volume exportado também teve um crescimento significativo. Foram embarcadas 4,4 milhões de sacas de 60 kg de café em maio deste ano, um salto de 79,6% comparado ao mesmo mês do ano anterior. A Cecafé destacou que a excelente performance dos cafés canéforas (conilon e robusta) foi determinante para este resultado. Só em maio, foram exportadas 868,3 mil sacas dessas variedades.

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O valor é 85,9% maior em relação ao mesmo mês de 2023. Foto: Envato

De acordo com o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, o Brasil está prestes a quebrar o recorde de exportações no ciclo atual, que vai de julho de 2023 até maio deste ano, com 43,7 milhões de sacas exportadas. Este acumulado está a apenas 2 milhões de sacas de superar o recorde histórico de 45,7 milhões de sacas da safra 2020/21.

“Esse novo volume máximo é bem plausível de ser alcançado, já que, desde outubro do ano passado, temos embarcado uma média superior a 4 milhões de sacas ao mês”, projeta Ferreira.

Recorde no acumulado de 2024

No período de janeiro até o final de maio de 2024, as exportações brasileiras de café totalizaram 20,7 milhões de sacas, um recorde para o período e um aumento de 52,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita totalizou US$ 4,47 bilhões, um aumento de 50,8% comparado ao intervalo de 2023.

O crescimento na demanda por cafés canéforas brasileiros ocorre em meio a problemas de oferta enfrentados por principais produtores globais, como Vietnã e Indonésia, além de desafios climáticos em outras regiões produtoras, como México e Colômbia.

Aumento nas importações de café

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Aumento pelo interesse dos canéforas brasileiros acontece em meio a um problema de oferta dos principais produtores do mundo. Foto: Envato

Entre janeiro e maio deste ano, os Estados Unidos, Alemanha e Bélgica mantiveram-se como os maiores importadores do café brasileiro, comprando quase 9 milhões de sacas. Contudo, outros países produtores também aumentaram significativamente suas importações do grão brasileiro. O México, por exemplo, aumentou suas importações em 928,8%, passando de 38,7 mil sacas para 398,6 mil sacas. O Vietnã registrou um aumento de 265%, passando de 39,6 mil sacas para 144,7 mil sacas no mesmo período.

Tipos de café

Nos primeiros cinco meses de 2024, o Brasil exportou 15,65 milhões de sacas de café arábica, que continua sendo a espécie mais exportada pelo país, representando 75,7% do total dos embarques e um aumento de 36,3% em relação ao mesmo período de 2023. Os grãos canéforas seguiram com 16,6% do total exportado.

Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, comentou que a performance histórica dos conilons e robustas brasileiros em março e abril foi repetida em maio, possibilitando a quebra do recorde nas exportações dos cafés verdes, mesmo durante o auge da entressafra brasileira. Ele acrescentou que o cenário internacional, com incertezas sobre as colheitas de importantes produtores mundiais, favorece a maior ocupação de mercado pelos cafés brasileiros, especialmente os canéforas.

“As incertezas sobre as colheitas de importantes produtores mundiais e a consequente restrição de oferta, como de Vietnã e Indonésia, abrem portas para que nossos cafés, em especial os canéforas, ampliem seu market share e consolidem o país como o principal player global, com oferta de qualidade em quantidade”, concluiu Ferreira.



Portal Agro2