Bovespa opera em leve alta após tombo de quase 5% na véspera | Economia


A bolsa de valores brasileira, a B3, abriu em leve alta nesta terça-feira (23), após forte tombo na sessão anterior, com as atenções dos investidores ainda voltadas para a Petrobras e para os riscos fiscais e políticos.

Às 10h10, o Ibovespa avançava 0,81%, a 113.581 pontos. Veja mais cotações.

Nos EUA, as ADRs da Petrobras (recibos das ações da petroleira negociados na Bolsa de Nova York) subiam ao redor 3% antes da abertura da bolsa de Nova York, indicando um dia de leve recuperação dos papéis da estatal após tombo de quase 21% na véspera.

Na segunda-feira, o Ibovespa fechou em queda de 4,87%, a 112.667 pontos. Na parcial do mês, passou a acumular queda de 2,09%. No ano, a perda é de 5,33%.

Segundo levantamento da Economatica, a Petrobras perdeu nesta segunda-feira quase R$ 75 bilhões em valor de mercado. Foi a segunda maior queda diária em valor da mercado da Petrobras desde o início do plano Real. Na sexta-feira, a petroleira já tinha encolhido R$ 28 bilhões.

Além da petroleira, o Banco do Brasil também teve perda expressiva na véspera, com uma queda de 11%. Em comunicado ao mercado, o BB informou que não recebeu do seu controlador indicação para mudanças em seu corpo diretivo.

Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: G1 Economia

‘Vivemos num ambiente de incerteza’, diz economista sobre queda de ações da Petrobras
‘Vivemos num ambiente de incerteza’, diz economista sobre queda de ações da Petrobras

8 min ‘Vivemos num ambiente de incerteza’, diz economista sobre queda de ações da Petrobras

‘Vivemos num ambiente de incerteza’, diz economista sobre queda de ações da Petrobras

Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV, comentou sobre as expectativas do mercado financeiro após o tombo das ações da Petrobras. Segundo o economista, estamos vivendo um momento de incertezas e existe um discussão entre os analistas para saber se esse episódio com relação a Petrobras, é uma guinada na gestão de política econômica.

Por aqui, os operadores monitoravam com cautela os riscos políticos e fiscais do Brasil, com as preocupações com a interferência do governo federal na gestão das estatais ainda pautando o mercado.

No exterior, os preços do petróleo subiam perto de 1% nesta terça-feira, sustentados pela expectativa de alívio em restrições associadas à Covid-19 pelo mundo, perspectivas econômicas positivas e menor oferta nos Estados Unidos.

No caso específico da Petrobras, o mercado aguarda os resultados da reunião do Conselho de administração agendada para esta terça-feira (23). Já o balanço financeiro de 2020 da companhia será divulgado nesta quarta-feira (24).

Para o economista da Necton André Perfeito, a recuperação observada nesta terça nas ADRs é uma boa notícia, mas “há que se ter cautela durante a semana, afinal o presidente Bolsonaro disse que ainda irá fazer mais alterações ao longo dos próximos dias”.

Nesta segunda-feira, o juiz da 7ª Vara da Justiça Federal da 1ª Região, em Belo Horizonte, André Prado de Vasconcelos, determinou que o presidente Jair Bolsonaro, a União e a Petrobras expliquem, no prazo de 72 horas, a indicação do general Joaquim Silva e Luna para presidente da estatal.

Os investidores continuam de olho também nas discussões em torno de mais gastos com Auxílio Emergencial para a população vulnerável, em meio às preocupações com a saúde das contas públicas e rompimento do teto de gastos – considerado a âncora fiscal do país neste momento.

Em meio às preocupações com a situação fiscal do país e aumento das incertezas, parte do mercado passou a projetar uma elevação da taxa básica de juros já na próxima reunião de março do Copom.

Pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda mostrou que os analistas do mercado elevaram a estimativa de inflação em 2021 para 3,82%, acima da meta central, que é de 3,75%. A expectativa para a taxa Selic no fim de 2020 subiu de 3,75% para 4% ao ano. Já a projeção para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 2021 foi reduzida de 3,43% para 3,29%.

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Fonte: G1