Bolsas dos EUA: Nasdaq tem nova máxima histórica, com investidores de olho no Fed | Economia


Os índices acionários em Nova York fecharam a sessão desta quarta-feira (16) sem direção única, com o Dow Jones terminando o dia com perdas leves e o Nasdaq anotando mais uma máxima histórica de fechamento.

Os investidores refletiram, nesta quarta-feira (16), o aparente progresso nas negociações por estímulos fiscais em Washington e a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), além de novos sinais de que a recuperação da economia americana está perdendo vigor.

  • O Dow Jones encerrou o dia em queda de 0,15%, aos 30.154,54 pontos.
  • O S&P 500 subiu 0,18%, a 3.701,17 pontos.
  • O índice eletrônico Nasdaq avançou 0,50%, a 12.658,19 pontos, em um novo recorde histórico de fechamento.

De acordo com pessoas familiarizadas com as negociações, líderes do Congresso americano estão cada vez mais perto de um acordo sobre um novo pacote de estímulos para a economia dos Estados Unidos e agora discutem a inclusão de uma segunda rodada de cheques para os americanos.

Com mudanças de última hora sugeridas pelos dois partidos, o pacote deve chegar a US$ 900 bilhões, valor maior que os US$ 748 bilhões previstos em um projeto bipartidário apresentado na segunda-feira (14) e que está sendo usado como base nas negociações entre republicanos e democratas.

A proximidade do acordo é celebrada por investidores, já que há evidências de que a recuperação da economia americana segue perdendo tração.

Nesta quarta-feira (16), o Departamento do Comércio apontou que as vendas no varejo dos EUA caíram 1,1% em novembro ante outubro, a primeira queda em sete meses. Economistas consultados pelo “Wall Street Journal” previam que as vendas no varejo recuariam 0,3% no período.

Na mesma direção, os dados preliminares do Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA em dezembro mostraram desaceleração da atividade econômica em meio à segunda onda de Covid-19. Segundo as estimativas da IHS Markit, o PMI de serviços caiu para 55,3 em dezembro, de 57,7 em novembro.

Segundo James Ragan, diretor de pesquisa de gestão de fortunas da D.A. Davidson, os elementos esperados no pacote devem apoiar os gastos do consumidor. “Isso provavelmente levaria a um melhor crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2021 do que obteríamos se não houvesse estímulo”, disse ele.

Ainda nesta tarde, o Federal Reserve manteve suas taxas de juros inalteradas e afirmou que vai continuar seu programa de compras de títulos “até que um progresso substancial seja feito em direção aos níveis máximos de emprego do Fomc e das metas de inflação”, segundo o comunicado da decisão da autoridade monetária americana.

Durante a conferência de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse ainda que a atual postura política é apropriada, mas que, se as condições mudarem, o BC americano também pode fazer mais, especialmente em termos de compra de ativos.

“Reconhecemos que as circunstâncias podem mudar, o que justificaria nossa ação, inclusive ajustando as compras. Estamos comprometidos em usar toda a nossa gama de ferramentas para apoiar a economia dos EUA e atingir nossos objetivos”, afirmou.

Em uma sessão mista para as ações, cinco setores do S&P 500 avançaram, com destaque para os papéis de consumo discricionário, que subiram 1,07%, impulsionados pela alta de 2,40% nas ações da Amazon.

Outro destaque positivo foi o setor de tecnologia, que fechou com ganhos de 0,74%, ganhando força com a valorização das ações da Microsoft (+2,41%). Na ponta negativa, as ações de serviços de utilidade pública caíram 1,15%.

Entre as ações individuais, os papéis da Southwest Airlines recuaram 1,49%, depois que a companhia aérea disse que os cancelamentos de viagens estão aumentando e as reservas de lazer estão diminuindo para dezembro.

As ações da Dish Network caíram 11,69%, após a empresa ter anunciado que planeja oferecer US$ 2 bilhões em notas conversíveis, com o produto líquido da oferta a ser usado para propósitos corporativos gerais.

Já a American Outdoor Brands saltou 11,05%, depois que a fornecedora de equipamentos de caça voltou a lucrar em seu último trimestre devido ao aumento das vendas.



Fonte: G1