Bolsas de NY fecham em alta, mesmo com disparada dos juros dos títulos do Tesouro americano | Economia


Os índices acionários de Nova York fecharam em alta nesta terça-feira (12), voltando a subir apesar da cautela dos investidores em relação à disparada dos juros dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) e à possibilidade de mais regulações sobre as gigantes de tecnologia do país.

O Dow Jones fechou em alta de 0,19%, a 31.068,69 pontos, o S&P 500 subiu 0,04%, a 3.801,19 pontos, e o Nasdaq subiu 0,28%, a 13.072,43 pontos. Os três índices oscilaram entre ganhos e perdas ao longo da sessão, mas se firmaram em alta no fim do pregão.

Os índices de Nova York retomam os ganhos após recuarem ontem do triplo recorde anotado na última sexta-feira (8). O comportamento dos índices setoriais, porém, foi ainda bem parecido com o de segunda (11), com as ações de energia, materiais e do setor financeiro liderando os ganhos, enquanto as gigantes americanas de tecnologia fecharam mais uma sessão em queda acentuada.

Wall Street — Foto: Lucas Jackson/Reuters

As ações de energia continuam sendo impulsionadas pelos ganhos do petróleo no ano. Já as ações de setores mais ligados ao ciclo de crescimento, como o de materiais, recebem suporte da expectativa de mais estímulos fiscais, após a confirmação, na semana passada, de que o Partido Democrata terá o controle de ambas as câmaras do Congresso americano, facilitando a agenda do presidente-eleito Joe Biden.

A expectativa de mais estímulos, por sua vez, eleva a expectativa de inflação nos EUA, impulsionando os juros dos títulos do Tesouro americano. Isso ajuda as ações do setor financeiro, que acumulam no S&P 500 ganhos de 6,2% no ano, perdendo apenas para a alta de quase 15% das ações de energia.

A disparada dos juros dos títulos do Tesouro americano contribuiu com o rali das ações do setor financeiro, mas começa a ser vista com mais cautela entre os investidores.

“Se você obtiver um movimento de vendas descontrolado no mercado de títulos, isso terá um impacto muito negativo para o resto da economia e para o mercado de ações”, disse Gerard Fitzpatrick, chefe global de renda fixa da Russell Investments. Ele disse, no entanto, que acha o cenário improvável.

O movimento, no entanto, é considerado como saudável por outra parte dos analistas. “Achamos que os rendimentos estão subindo pelo que presumimos ser os motivos certos. Não é um sinal de desconfiança na política fiscal ou monetária dos EUA, mas um sinal de confiança nas perspectivas econômicas. As estimativas para a taxa anual de avanço do PIB real dos EUA estão sendo revisadas em larga escala; nossos economistas elevaram sua projeção de 2021 para 5,1%”, afirmou Markus Allenspach, chefe de pesquisa de renda fixa do Julius Baer.

As ações das gigantes americanas de tecnologia, por sua vez, estenderam as perdas de ontem, pressionadas pelos receios sobre a disparada dos yields dos Treasuries e em meio também aos temores de que um Congresso democrata abre as portas a mais regulações sobre o setor.

A ação do Twitter, que tomou um tombo e fechou em queda de 6,4% ontem, recuou mais 2,37% nesta terça, ampliando as perdas. Outras companhias do setor também estenderam o recuo de ontem, com a ação da Alphabet (Google) cedendo 1,07%, depois de fechar em queda de 2,2% ontem, e a do Facebook caindo 2,24%, hoje.

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Fonte: G1