BNDES vai criar fundo de R$ 60 milhões para preservação de corais


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciou nessa quarta-feira (10/4) uma chamada permanente para projetos de preservação de corais no valor de R$ 60 milhões.

Na prática, o banco disponibilizará R$ 30 milhões para projetos de monitoramento, preservação e reparação de corais e R$ 30 milhões para captação pelos projetos por meio de fundações ligadas a empresas privadas.

Criação de fundo do BNDES para corais

Fundo para coraisFundo para corais
São economizados cerca de R$ 940 milhões em investimento para proteção da costa e R$ 62 milhões são gerados com turismo. Foto: Envato

Os recursos do BNDES não serão reembolsáveis, sendo assim, não se trata de empréstimo.

“Os corais são um condomínio da vida marinha muito decisivo. Uma em cada quatro formas de vida nos oceanos, em algum momento, passa pelos corais, e eles estão fortemente sendo agredidos e ameaçados. Precisamos reagir a isso”, disse o presidente do banco, Aloizio Mercadante. 

O banco ainda apresentou dados que mensuram os reflexos econômicos da preservação de corais.

De acordo com o estudo Oceano sem Mistérios, ligado à Fundação Grupo Boticário, para cada quilômetro quadrado de recife preservado, são economizados cerca de R$ 940 milhões em investimento para proteção da costa e R$ 62 milhões são gerados com turismo. No Brasil, isso representa R$ 7 bilhões com turismo de corais.

Branqueamento dos corais

Branqueamento dos coraisBranqueamento dos corais
Chamada do BNDES ficará aberta até o dia 30 de junho. Foto: Envato

Os corais são animais invertebrados marinhos que são capazes de se alimentar sozinhos. Pesquisadores têm chamado atenção para o fenômeno global do branqueamento de corais, que em grande parte é causado pela elevação da temperatura no oceano, o que prejudica a saúde do ecossistema.

Conforme a Secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Ana Prates, o mundo está passando pelo quarto maior evento de branqueamento já registrado, pois as águas estão muito aquecidas e os corais estão morrendo.

Os recifes de corais representam para os oceanos o que as florestas tropicais representam para os continentes.

Portanto, a chamada do BNDES ficará aberta até o dia 30 de junho e nesse período, o banco receberá propostas que promovam o melhoramento da qualidade da água das bacias; combate à pesca predatória pela geração de renda alternativa; ordenamento do turismo comunitário ligados a corais e combate as espécies exóticas que degradam os corais, além de mapeamento, monitoramento, manutenção e recomposição de corais.

As propostas devem estar incluídas em uma extensão de 3 mil quilômetros de costa, do Espírito Santo ao Maranhão, pois é a região que mais concentra os corais no país. O valor mínimo por projeto será de R$ 5 milhões, sendo metade custeada pelo BNDES e metade por outros proponentes.

Margem Equatorial

Projeto para coraisProjeto para corais
Ambiente escolhido do local onde estão os corais foi escolhido pelo Ministério de Meio Ambiente. Foto: Envato

O Parque Estadual Marinho de Manuel Luís, um dos bancos de corais a serem preservados está localizado no litoral maranhense. A região faz parte da chamada Margem Equatorial, uma nova fronteira de exploração de petróleo tida como o “novo pré-sal”, devido a expectativa descoberta de grandes reservatórios de óleo.

A Petrobras já fez perfurações iniciais na parte mais ao leste da área marítima, na costa do Ceará e do Rio Grande do Norte. Na última terça-feira (9/4), a companhia anunciou uma uma descoberta de petróleo na região.

Por sua vez, a diretora do BNDES, Tereza Campello, destacou que o ambiente escolhido não tem nada a ver com a Margem Equatorial em si, mas sim com a orientação que foi dada pelo Ministério de Meio Ambiente em parceria com a equipe técnica do banco de onde são os corais mais relevantes do Brasil.



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