Black Friday 2021: vendas pela web movimentam R$ 4 bilhões; veja como foi o dia no país | Black Friday


A poucas horas do fim, a Black Friday 2021 no Brasil teve lojas com pouca movimentação e descontos mornos no e-commerce. Entre as justificativas, estão o alto índice de inflação do país e a desvalorização do real frente ao dólar.

Levantamento realizado pela Neotrust aponta que o número total de compras realizadas pela internet desde o primeiro minuto de quinta-feira (25) até às 17h desta sexta (26) chegou a 5,6 milhões — praticamente a mesma quantidade registrada em 2020.

Ao todo, o valor faturado até às 17h foi de R$ 4 bilhões – um crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Pela primeira vez, a categoria de alimentos apareceu na lista dos 10 itens mais procurados pelos brasileiros na data, segundo pesquisa da Ebit/Nielsen. O número de pedidos de alimentos e bebidas no comércio online cresceu 10%, e o volume de vendas, 17%.

O g1 acompanhou a movimentação das vendas pelas principais cidades do país. Confira abaixo:

Grávida de 8 meses, Laisa Santana esperava encontrar promoções maiores nesta sexta (26) no Recife — Foto: Suzana Souza/g1

Em Recife, Pernambuco, as primeiras horas do dia começaram com pouco movimento, mesmo com o comércio abrindo mais cedo. Ainda assim, algumas pessoas chegaram nas primeiras horas da manhã em busca de promoções de televisões, fraldas e outros itens.

Grávida de oito meses, a dona de casa Laisa Santana, de 21 anos, contou que reservou a data para procurar os últimos itens do enxoval da filha em shoppings da capital.

“Viemos atrás de fralda, mas estou vendo que não está valendo a pena. Ano passado, eu vi a mesma marca por R$ 4 a menos. Tudo está mais caro. Só vou levar porque já estou aqui”, relatou.

A dona de casa costuma frequentar as promoções da Black Friday e percebeu uma diminuição na quantidade de pessoas nas lojas. “Está tudo calmo demais. Acho que o pessoal está sem dinheiro e as coisas estão caras demais. Não tem para que acordar cedo e vir atrás”, disse.

Mulher madruga em fila de loja na PB para comprar doces para os netos na Black Friday — Foto: TV Paraíba/Reprodução

Em Campina Grande, Paraíba, um grupo de pessoas resolveu chegar cedo em uma loja de departamento para aproveitar as promoções. Uma delas é uma trabalhadora que madrugou e, por volta das 5h50, já estava na frente do estabelecimento.

“Acordei cedo pra ver se tinha alguma promoção. Só [vou comprar] coisa doce para os netos”, revelou.

A cliente explicou que a preferência pelos doces nas compras tem a finalidade de garantir um “Natal adocicado” na hora de presentear as crianças da família.

Consumidoras pesquisam preços de geladeiras na Black Friday, no centro de Maceió — Foto: Ana Clara Pontes/g1

Os clientes ouvidos pela reportagem do g1 nesta sexta-feira (26) relataram que os descontos nos preços dos produtos não estavam tão expressivos, o que os deixou decepcionados. Já os lojistas relataram que o movimento estava abaixo do registrado no período em anos anteriores.

As lojas abriram em horário antecipado, por volta das 6h. O horário de fechamento também deve ser estendido em até duas horas, ficando abertas para os clientes até por volta de 19h.

Ana Paula, grávida de oito meses, disse que esperou a Black Friday para comprar itens do enxoval porque achou que encontraria preços melhores. “Eu comprei fraldas, ainda vou comprar lençol, coisas para o bebê, mas os preços estão mais ou menos”.

A dona de casa Elizete Aparecida Santos Vieira foi até a loja com a intenção de comprar uma caixa de som em São Vicente — Foto: Matheus Croce/g1

Dezenas de clientes foram logo cedo para as lojas do Centro de São Vicente, no litoral de São Paulo, com a intenção de aproveitar os descontos da ‘Black Friday’. A tradicional data de descontos do varejo deve movimentar as lojas e sites nesta sexta-feira (26).

Em uma das lojas, os itens mais procurados eram fritadeiras e liquidificadores. Os descontos chegam até 80% nos estabelecimentos comerciais da cidade. Para atender os clientes, alguns estabelecimentos decidiram abrir as portas mais cedo, às 8h.

A auxiliar de limpeza Graça Lima estava na fila para entrar na loja logo cedo. “Eu não tinha o objetivo de comprar nada, mas estava saindo do médico e vi os preços. Na verdade, mesmo, eu fiquei namorando uma televisão. Pelo que eu vi, os preços estão razoáveis. Dá pra comprar, pelo menos, em várias vezes”, disse ela.

A dona de casa Elizete Aparecida Santos Vieira foi até a loja com a intenção de comprar uma caixa de som.

“Meu marido que gosta e eu vim ver o preço. Para mim, os preços são todos iguais. Poucas coisas estão em conta. Mas, mesmo assim eu vou comprar o som”, falou.

Loja cheia em um shopping no Centro de Belo Horizonte — Foto: Flávia Ayer/TV Globo

Na capital mineira, consumidores foram às compras em busca de descontos. Foi o caso da coordenadora administrativa Poliane Dias.

“Saí de casa cedo hoje. Comprei roupas. Usei o dinheiro das férias”.

Já a assistente administrativa Rafaela Lanzetta pesquisou por meses o preço do aspirador de pó e vai aposentar a vassoura.

“Estou pesquisando há dois meses. A gente esperou a Black Friday e conseguiu o desconto que a gente estava esperando”.

Para os lojistas, a Black Friday é sinônimo de alívio e movimento nas vendas.

“Pra gente principalmente porque vem Natal. A expectativa é muita alta, representa uns 20% da nossa meta mensal. Já é Natal”, fala a gerente de loja de calçados Cristina Moreira.

No momento em que o dinheiro está curto, a sorte é um desconto a mais, mesmo quando ainda se tem um pouco de dúvida, como o corretor de imóveis Leonardo Evangelista.

“O ano não está muito propício para as compras, mas acaba que a gente compra alguma coisa”.

Teresinenses buscam preços baixos neta sexta-feira (26) — Foto: Ilanna Serena/g1

Uma das consumidoras no Centro da cidade foi Beatriz Pimentel, que trabalha com confecções e destacou a necessidade de planejamento e atenção na hora das compras. Ela comprou cerca de 500 unidades de cabide, nesta sexta (26).

“Estou comprando esses cabides porque estou precisando, mas não encontrei tantos preços baixos como imaginava. O segredo é pesquisar, muitas pessoas não pesquisam por falta de tempo, mas é a minha dica. Muitos lugares aumentam os preços pra depois diminuir e acaba sendo uma fraude com quem não tem atenção”, disse.

Esta também é a dica do Procon do estado do Piauí. O assessor técnico do órgão, Ricardo Alves, explicou que o ideal era fazer uma pesquisa de preços dias antes do Black Friday para não cair na maquiagem de preços.

No início deste mês de novembro, uma equipe do Procon foi em vários lojas da cidade de Teresina, onde colheu os preços de vários produtos e criou uma tabela que pode ser acessada pela população, no site da instituição.

A aposentada Gilda Ribeiro, 64 anos, comprou uma televisão e vários itens que estavam em promoção, em Macapá — Foto: Laura Machado/g1

A aposentada Gilda Ribeiro, 64 anos, entrou nas lojas sem pretensão e acabou abastecendo o carrinho. Ela conta que passou alguns meses guardando dinheiro, mas não tinha um objetivo específico.

“Comprei uma televisão por um bom preço, fiz pesquisa e onde está mais em conta e eu estou comprando. É o primeiro ano que participo das promoções, guardei um dinheiro para isso. Enchi o carrinho com tudo que estava barato”, contou a aposentada.

A economia também fez parte da rotina de Cleia Souza no último ano. A dona de casa de 47 anos conta que o filho guardou dinheiro para comprar o próprio videogame, mas os pais também deram uma ajuda para realizar esse sonho.

“Estou achando ótimo, tudo muito barato. Viemos comprar o videogame do meu filho, guardamos dinheiro o ano todo e agora ‘estouramos o cofrinho’”, contou, com felicidade.



Fonte:G1