Bitcoin quebra recorde e supera US$ 35 mil | Economia


A cotação do bitcoin superou nesta quarta-feira (6) os US$ 35 mil pela primeira vez em sua história, dando continuidade à sua ascensão em 2021, embora muitos analistas projetem uma moderação na evolução desta criptomoeda.

O bitcoin alcançou os US$ 35.841, 6,3% a mais na sessão, quebrando seu recorde pela 15ª vez em menos de dois meses.

No entanto, como é comum neste mercado tão volátil, os analistas e corretores de Bolsa especializados não identificaram nenhum evento que justifique o novo aumento do preço. Para muitos representantes do mercado, o bitcoin, descentralizado e independente dos bancos centrais nacionais, encarna uma forma de ouro digital.

Desta maneira, as criptomoedas representariam um recurso para se proteger da inflação que poderia ser provocada pelas medidas monetárias ultraflexíveis tomadas por muitos bancos centrais, começando pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos.

Os analistas do JPMorgan consideram que o bitcoin poderia alcançar os US$ 146 mil, desde que sua volatilidade diminua e, com isso, passe a atrair investidores que atualmente preferem o ouro, que é mais estável.

As criptomoedas são ativos como real, dólar e euro, mas que circulam apenas em ambiente digital. O bitcoin é o mais importante modelo, mas há tantos outros, como Ethereum, Litecoin e Ripple. Para comprá-las, é necessário abrir uma conta em corretoras especializadas.

Saiba como funciona o mercado de Bitcoins, a mais popular das criptomoedas

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Por que varia tanto o preço?

O que faz o bitcoin tão volátil é a busca por seu valor justo no mercado, já que não há lastro nem regulamentação por parte de bancos centrais. As operações são registradas por meio da tecnologia blockchain, que registra todas as quantias transferidas, quem transferiu para quem e qual o valor.

Se, por um lado, não há uma autoridade que dite regras ao mercado nem outra moeda que referencie seu preço, também não há uma proteção ao patrimônio. A segurança é calcada na tecnologia e na aceitação no mercado.

Primeiro risco do bitcoin é tecnológico, em um cenário que se crie algum embaraço aos arcabouços de segurança das criptomoedas. Os analistas são confiantes que o blockchain não sofre esse risco em um cenário previsível.

Segundo, as grandes oscilações demandam que o investidor pense no bitcoin como reserva de valor a longo prazo. Como qualquer investimento de renda variável, a volatilidade traz riscos de perda do patrimônio. A necessidade de retirada em um momento ruim pode colocar a perder uma parte grande do que foi investido.

Valem, assim, as regras básicas de se montar uma reserva de emergência em ativos de renda fixa e com liquidez diária para imprevistos, somada ao rescaldo em outros ativos mais arriscados.

Quem está com reserva pronta e quer partir para os criptoativos, a recomendação dos especialistas é que se chegue a cerca de 5% da fatia dos investimentos em algo de tamanho risco, caso o perfil do investidor seja mais agressivo.

Não menos importante, é preciso entender a dinâmica de funcionamento da moeda digital e o cenário futuro.

O que posso comprar com bitcoin?

Hoje, é mais comum trocas e pagamentos entre usuários que possuem bitcoins em suas carteiras digitais.

O bitcoin ainda não é uma moeda de uso corriqueiro no varejo, mas há lojas digitais e carteiras virtuais que aceitam pagamentos e fazem conversão para possibilitar compras. Ainda são muito específicos e majoritariamente fora do país.

A entrada do PayPal nesse mercado, um dos maiores meios de pagamento digitais do mundo, promete expandir os usos do bitcoin no dia a dia. Por enquanto, a opção só está disponível nos Estados Unidos.

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Fonte: G1