Bitcoin é como um automóvel elétrico chines?


Fundada em 1995, a empresa chinesa BYD ficou conhecida por fornecer baterias de lítio para os celulares Motorola. Mais tarde, em 2005, entrou no mercado de automóveis elétricos. Sua experiência na área se espalhou para a produção de ônibus movidos à bateria em 2009, incluindo uma parceria com a ADL, líder do mercado no Reino Unido.

Mas afinal, qual a relação da fabricante de veículos e utilitários elétrica chinesa com o Bitcoin? Na teoria, muito pouco, porém não é isso que encontramos na prática, conforme demonstra o gráfico abaixo.

Fonte: TradingView

BYD (1211.HK) listada na bolsa de Hong Kong, em dólares, é a linha laranja, na escala esquerda. No lado oposto, em azul, temos o Bitcoin. A similaridade nos movimentos é impressionante, e mais curioso é o fato da empresa chinesa ter antecipado alguns rallys e topos da criptomoeda.

Até mesmo o topo histórico da montadora chinesa ocorreu nos 325 dólares, em 26 de outubro, portanto, 15 dias antes dos U$ 69.000 do Bitcoin. Só nos resta levantar algumas hipóteses, e entender que o fenômeno não é novo, pois a correlação já dura quase 3 anos.

A indústria de fundos mundial, que ultrapassa os U$ 110 trilhões, possui U$ 17 trilhões em fundos passivos e ETFs, ou seja aqueles que obrigatoriamente acompanham algum indicador. Isso sem contar nos fundos ativos, onde o gestor não tem a obrigação de seguir determinada carteira, mas ao mesmo tempo possui um referencial.

Em suma, é provável que mais da metade dos fundos de renda variável sigam os índices, sejam eles de ações, commodities, moedas, tecnologia, China, títulos de dívida, entre outros.

Os grandes fundos classificam os ativos em setores e regiões, no modelo de análise conhecido como “top down”. Dessa forma, partem de uma visão mais ampla, incluindo economia, política, e níveis de preço gerais.

Nesse sentido, é possível entender que Bitcoin e BYD possam ser vistos como apostas de “tecnologia”, fazendo com que esses fundos gigantescos operem ambos de maneira simultânea.

De maneira análoga, fundos macro que buscam “risco” procuram por ativos com alta volatilidade para aproveitar movimentos globais como a mudança de juros pelo Federal Reserve, ou receios de impacto das políticas econômicas restritivas.

A prova disto? A filial canadense gestora Fidelity anunciou em 10 de janeiro que iria adicionar exposição em Bitcoin em 3 fundos generalistas. Lembrando que a maior parte dos hedge funds, ou multimercados, não precisa fazer mudança no estatuto para investir em fundos ou derivativos de Bitcoin.

Na dúvida é melhor acompanhar as ações da BYD (link)!





Fonte: R7