BCE expande programa de emergência para enfrentar risco de nova recessão na zona do euro | Economia


O Banco Central Europeu afrouxou a política monetária mais uma vez nesta quinta-feira (10) para ajudar a economia da zona do euro a lidar com a segunda onda da pandemia de coronavírus, que deve levar o bloco a uma nova recessão neste trimestre.

A instituição anunciou a extensão das compras líquidas de ativos até o fim de março.

O BCE anunciou que irá aumentar o tamanho geral de seu Programa de Compras Emergenciais (PEPP, na sigla em inglês) em 500 bilhões de euros, a 1,85 trilhão de euros, e prorrogou o esquema em 9 meses, até março de 2022, com o objetivo de manter os custos de empréstimo corporativo e do governo em mínimas recordes.

“A incerteza permanece elevada, incluindo em relação à dinâmica da pandemia e momento da distribuição da vacina”, disse o BCE em comunicado. “Também continuaremos a monitorar os acontecimentos na taxa de câmbio com relação às possíveis implicações para o cenário de médio prazo da inflação.

O banco também prorrogou o período em que os bancos terão uma taxa de desconto em suas Operações Direcionadas de Refinanciamento de Longo Prazo (TLTRO) em um ano, até junho de 2022.

A ação não deve surpreender já que o BCE tem deixado claro há semanas que mais afrouxamento estava no caminho e que as compras de títulos junto com instrumentos de liquidez para bancos formariam a base de qualquer resposta.

O BCE ainda deixou inalteradas as taxas de juros em mínimas recordes, embora tenha mantido a antiga promessa de reduzi-las mais se necessário. A taxa de depósito do BCE está em -0,5%, enquanto a principal taxa de refinanciamento permanece em 0%.

O Banco Central Europeu estima que o crescimento econômico da zona do euro vai se recuperar mais lentamente no próximo ano conforme a pandemia continua a pesar sobre a produção, mas a recuperação pode ser mais rápida em 2022 do que imaginado antes, de acordo com as projeções atualizadas divulgadas nesta quinta-feira.

No que descreve como cenário básico, o BCE estima que o PIB vai expandir 3,9% no próximo ano, contra previsão em setembro de 5%. Mas em 2022, o crescimento é projetado em 4,2%, contra projeção anterior de 3,2%, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde.

O BCE também vê a inflação no próximo ano em 1%, inalterada ante a última estimativa, enquanto em 2022 a inflação é calculada em 1,1%, de 1,3% há três meses. Na projeção inicial do banco para 2023, a alta dos preços foi calculada em 1,4%, ainda abaixo da meta do BCE de quase 2%.

Lagarde disse que os riscos para a economia da zona do euro continuam negativos, mas que se tornaram menos pronunciados.

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Fonte: G1