BC inicia nesta terça reunião que deve elevar taxa básica de juros – Notícias



A taxa básica de juros (Selic) deve sofrer nova elevação nos próximos dias. O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) inicia nesta terça-feira (26), e conclui na quarta-feira (27), reunião que definirá o novo percentual da Selic.


A previsão era de uma elevação de 1 ponto percentual. Porém, com o anúncio de que o governo federal pode extrapolar o teto de gastos para pagar o Auxílio Brasil — benefício que substitui o Bolsa Família — no valor mínimo de R$ 400 até o fim de 2022, fez especialistas do mercado financeiro elevarem a projeção.


A Selic vem registrando uma série de altas nas últimas cinco reuniões do Copom. No encontro realizado em setembro, a taxa básica de juros passou de 5,25% para 6,25% ao ano.



A Ativa Investimentos foi uma das corretoras que revisaram suas projeções para a Selic nesta semana. Em nota divulgada para a imprensa, o economista-chefe da Étore Sanchez aposta em uma alta de 1,5 ponto percentual.


Anteriormente, o cenário traçado por ele era de 1 ponto percentual contínuo até março do ano que vem.


“Além da perspectiva de avanço da Selic para 1,5 ponto percentual na reunião de quarta-feira, avaliamos que a autoridade deverá garantir novamente 1,5 ponto percentual para a reunião de dezembro. Assim, esperamos que a taxa básica de juros termine 2021 em 9,25%”, diz Sanchez.



Júlia Aquino, analista quantitativa da Rico Investimentos, também acredita em alta de 1,5 ponto percentual na próxima quarta-feira.


“O Banco Central vem emendando aumento atrás de aumento da taxa básica de juros. Na próxima decisão, nosso time de economia acha que ela deve ir para 7,75%, em um esforço para conter a inflação acelerada que gerou uma corrida para as montanhas da renda fixa.”


A Western Asset também enviou nota, na segunda-feira (25), em que afirma que revisou sua projeção “diante das mudanças de regime fiscal” para 7,75%, em outubro, e 9,25%, em dezembro.


Selic estava em queda até março de 2021


Até março deste ano, a taxa básica de juros vinha registrando uma série de quedas desde julho de 2015 e a sequência de reduções consecutivas desde julho de 2019, chegando ao menor patamar da história.



A alta da inflação e as incertezas da economia por causa das crises financeira e sanitária geradas pela pandemia de coronavírus vêm pesando na decisão do Copom de elevar sucessivamente a Selic, de acordo com o mercado.


Como funcionam os juros básicos?


A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado.


A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.


Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos.



Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.


A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo.


Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.


Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.


Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.


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Fonte: R7