BC do Chile tem maior aumento de juros em 20 anos por pressões inflacionárias | Economia


O Banco Central do Chile anunciou nesta quarta-feira (13) um aumento de sua taxa de juros de referência para 2,75% ao ano a partir de 1,50%, o maior aumento em 20 anos, em um contexto de pressões inflacionárias.

Em meio a uma deterioração “marcada e sistemática” dos mercados financeiros, a autoridade monetária elevou em 125 pontos base a taxa de juros a 2,75%, diante de um “cenário macroeconômico que aumentou os riscos para a convergência da inflação para a meta (oficial) de 3%”.

O aumento da taxa, o maior desde 2001, ocorre após uma elevação de 1,2% do índice dos preços ao consumidor (IPC) em setembro, o maior número mensal em 13 anos, acumulando uma inflação de 4,4% em 2021 e de 5,3% em doze meses.

A inflação se explica por uma maior liquidez após três saques de 10% das pensões, que o Congresso aprovou em setembro de 2020 para mitigar a crise provocada pela pandemia de Covid-19.

O instituto emissor sustentou que as perspectivas para os próximos meses têm sido elevadas “em um contexto em que as expectativas de inflação com dois anos de prazo se situam acima da meta de 3%”.

A trajetória da alta será avaliada no próximo Relatório de Política Monetária, “tendo presente a necessidade de evitar que ocorra um aumento mais persistente da inflação”, destacou o Banco Central.

O Chile encerrou 2020 com inflação de 3%, mas vários especialistas alertaram para um “reaquecimento da economia” e riscos inflacionários se for aprovado um quarto saque dos fundos de pensões, em discussão atualmente no Congresso.



Fonte:G1